Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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A lei dos renascimentos rege a vida universal.

Com alguma atenção poderíamos ler em toda a natureza, como em um livro, o mistério da morte e da ressurreição.

As estações sucedem-se no seu ritmo imponente.

O inverno é o sono das coisas.

A primavera é o acordar. O dia alterna com a noite.

Ao descanso segue-se a atividade.

O Espírito deixa o corpo físico e adentra as esferas espirituais, para retornar e continuar com forças novas a tarefa interrompida.

As transformações da planta e do animal não são menos significativas.

A planta morre para renascer, cada vez que a seiva volta. Murcha para reflorir.

A larva, a crisálida e a borboleta são outros tantos exemplos que reproduzem, com mais ou menos fidelidade, as fases alternadas da vida imortal.

Como seria possível que só o homem ficasse fora do alcance desta Lei?

Se tudo está ligado por laços numerosos e fortes, como admitir que nossa vida seja como um ponto atirado, sem ligação, para os turbilhões do tempo e do espaço?

Nada antes, nada depois!? Não.

O homem, como todas as coisas, está sujeito à Lei eterna. A natureza não nos dá a morte senão para nos dar a vida.

A sucessão das existências se apresenta para todos nós como uma obra de capitalização e aperfeiçoamento.

Depois de cada existência terrestre a alma ceifa e recolhe as experiências e os frutos dela decorridos.

Todos os seus progressos ficam registrados em sua essência.
Assim, o ser, em todas as fases de sua ascensão, encontra-se tal qual a si mesmo se fez.

Nenhuma aspiração nobre é estéril. Nenhum sacrifício é vão. A alma deve conquistar, um por um, todos os elementos, todos os atributos de sua grandeza.

Para isso precisa de obstáculos que possam lhe oferecer lições, provocando seus esforços e formando suas experiências.

É indispensável a luta para tornar possível o triunfo e fazer surgir o herói. Só se conhecem e se apreciam os bens que se adquirem com os próprios esforços.

Para apreciar a claridade dos dias é necessário ter atravessado a escuridão das noites. A dor é a condição da alegria e o preço da virtude.

Através de sucessivas existências, o ser vai construindo sua individualidade, escalando os caminhos da felicidade. E assim, nessas contínuas peregrinações, segue à procura das perfeições Divinas.

Somente quando alcançar as regiões superiores, estará livre da Lei dos renascimentos porque, então, o corpo físico não será mais para ele uma necessidade.

*   *   *

A doutrina da reencarnação explica a desigualdade das condições, a variedade das aptidões e dos caracteres.

Dissipa os mistérios perturbadores e as contradições da vida e resolve o problema do mal.

Aproxima os homens, dizendo que entre eles não há deserdados nem favorecidos.

Esclarece que cada um é filho de suas próprias obras, senhor do seu próprio destino.

A justiça deixa de ser transferida para um domínio distante e desconhecido.
E assim, não há como ignorar que a vontade ativa de cada ser gera efeitos, imediatos ou não, bons ou maus, que recaem sobre o seu responsável, formando a trama de seu próprio destino.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVIII,
pt. 2, do livro O problema do ser, do destino e da dor,
de Léon Denis, ed. Feb.
Em 02.08.2010.

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