Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Sonhos de mãe

Safiya Hussaini, mulher, negra, pobre, nigeriana. Uma mulher sofrida. Mãe de nove filhos, dos quais perdeu cinco para a malária.

Analfabeta, foi condenada à morte por apedrejamento, no ano de 2001.

Qual foi o seu crime? A gravidez fora do casamento. Safiya deu à luz uma menina chamada Adama.

A condenação era fato, e a pena estava prescrita: ela seria enterrada até à altura das axilas e apedrejada até à morte.

No entanto, a lei estabelece que para a execução é preciso esperar que a criança seja desmamada.

Enquanto a mãe amamentava a criança, houve tempo para que pessoas de todo o mundo se mobilizassem para impedir a execução cruel.

Por fim, uma defesa, bem elaborada por seu advogado, conseguiu que o Supremo Tribunal da Nigéria absolvesse aquela mulher-mãe.

Quatro anos depois, ao ser entrevistada por uma rede de televisão brasileira, Safiya falou, com certo pesar: Perder os filhos foi a coisa mais triste da minha vida, muito mais doloroso do que a ameaça de morte por apedrejamento.

A nigeriana contou que o medo era seu companheiro inseparável, e que pensava, principalmente, na filha pequena, que ficaria sozinha se ela morresse apedrejada.

*   *   *

Safiya, uma mãe como tantas outras. O amor pelos filhos acima do próprio sofrimento e da ameaça de morte.

Ser mãe é uma condição que traz algo em comum em qualquer lugar do mundo, não importando a nacionalidade, a raça, a posição social. É o amor pelos filhos.

Um coração de mãe é esse santuário seguro onde os filhos encontram refúgio, incondicionalmente.

Nem a penúria, nem a desgraça, nem o pavor da morte, podem retirar de um coração de mãe esse sentimento chamado amor.

Um coração de mãe é a mais sublime harpa viva, na qual se pode dedilhar as mais belas canções de ninar...

Os mais belos poemas de ternura...

A mais encantadora melodia de amor e dedicação.

Um abraço de mãe é o mais tranquilo aconchego que se pode almejar...

É o laço de afeto que afugenta o medo, desfaz a tristeza, traz segurança e atrai a esperança...

A abnegação de mãe é a força capaz de modificar o mundo, de reconstruir jardins devastados pela invernia dos sentimentos, restaurar corações partidos e fazer brilhar a luz onde a noite ameaça...

Na figura de Safiya, a mãe pobre da Nigéria, maltratada pelos açoites da dor, pelo preconceito, desejamos homenagear a todas as mães do mundo...

Mães de filhos ausentes...

De filhos delinquentes...

Filhos encarcerados...

Mães de filhos ingratos...

De filhos desaparecidos...

Filhos meninos e filhos crescidos...

A todas as mães de filhos presentes...

De filhos inteligentes...

Filhos amorosos...

Mães de filhos dos filhos...

Mães de filhos honrados...

De filhos agradecidos...

De filhos desesperados...

Enfim, nossa homenagem sincera a todas as mães da face da Terra, mães de todas as raças, de todas as cores, de todas as crenças, de todas as idades... Mães apenas.

Redação do Momento Espírita, com base em
 reportagem televisiva de 24.4.2005.
Em 29.11.2022.

 

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