Momento Espírita
Curitiba, 26 de Abril de 2024
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ícone Resignação

Há virtudes difíceis de serem adquiridas e cujo exercício é pouco compreendido.

­A resignação é uma delas.

As criaturas levianas nem a veem como algo apreciável.

Presas em suas ilusões, consideram a resignação apenas falta de forças ou de coragem.

Entendem que o homem sempre deve reagir violentamente contra qualquer circunstância que contrarie seus interesses.

Pensam ser indigno aceitar com tranquilidade um revés.

Contudo, urge reconhecer que nem sempre é possível obter-se o que se deseja.

Muitas vezes, nossos sonhos mais caros não se concretizam.

Ou então nossa tranquilidade, tão duramente conquistada, é atingida por um infortúnio.

Há dificuldades ou contrariedades que podemos vencer mas, algumas vezes, a vida responde a nossos apelos com sombra e dor.

Nessas circunstâncias, alguns encontram em seu íntimo forças para resignar-se.

Em face de situações constrangedoras, dolorosas e inalteráveis, a resignação é uma atitude que apenas os bravos conseguem adotar.

Trata-se da aquiescência da razão e do coração com um regime severo imposto pela vida.

O resignado não é um covarde, mas alguém que compreende a finalidade da existência terrena.

O homem nasce na Terra para evoluir, para vencer a si mesmo e amealhar virtudes.

Justamente por isso, as dificuldades apresentam-se em seu caminho.

Algumas são contornáveis e outras não.

Às vezes, somente poderíamos sair de uma situação triste, prejudicando ou magoando um semelhante.

Como ninguém conquista a própria felicidade semeando desgraças, essa opção não é legítima.

Frente a um infortúnio inevitável, é necessário acomodar a própria vontade.

Impõe-se a consideração de que Deus rege o Universo e jamais se equivoca ou esquece de algo.

Já nascemos inúmeras vezes e renasceremos outras tantas.

A vida é uma escola, na qual passamos da ignorância e da barbárie à angelitude.

Conscientes de nosso papel de aprendizes, convém nos dedicarmos a fazer a lição do momento.

Talvez ela não seja a que desejaríamos, mas certamente é a mais adequada às nossas necessidades.

Se a vida nos reclama serenidade em face da dor, aquiesçamos. A rebeldia de nada nos adiantará.

A criatura rebelde perante as Leis Divinas apenas torna seu aprendizado lento e doloroso.

Rapidamente ela se torna cansativa para seus familiares e amigos.

Ao fazer sentir por toda parte o peso de seu amargor, infelicita os que a amam.

Resignar-se não significa desistir da luta. Implica apenas reconhecer que a luta interiorizou-se.

Quem se resigna enobrece lentamente seu íntimo, ao desenvolver novos propósitos de vida.

Tais propósitos não se resumem a um viver róseo.

Eles envolvem a percepção e a aceitação de que temos um papel a desempenhar na construção de um mundo melhor.

Esse papel pode não coincidir com nossas fantasias.

Mas é uma bênção ser um elemento do progresso, mesmo com algum sacrifício.

Outras pessoas, mirando-se em nosso exemplo, podem encontrar forças para seguir em frente.

A resignação é uma conquista do Espírito que vence suas paixões e atinge a maturidade.

Ele consegue manter a alegria e o otimismo, mesmo em condições adversas.

Ao enfrentar com tranquila dignidade seus infortúnios, prepara-se para um amanhã venturoso.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24, do livro
Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.

Em 3.2.2021.

 

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