Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Renúncia e amor

        Agora ele já é um homem maduro...

        Muitas foram as experiências vividas junto aos seus doze irmãos e, de vez em quando, ele conta uma delas.

        Lembra-se de quando era apenas um menino e se inquietava porque sua mãezinha raras vezes almoçava ou jantava, junto com ele e os demais filhos.

        Um dia perguntou por que ela não se alimentava com eles e ela respondeu com um sorriso de ternura:

        É que não sinto fome, meu filho.

        Ele achava estranho o fato de sua mãe não sentir fome, mas sempre que lhe perguntava, ela respondia que realmente não estava com fome.

        Os anos passaram... Os filhos cresceram e hoje ele sabe que sua mãezinha deixava de comer não por falta de fome e, sim, por falta de comida.

        Ela, uma mulher semi-analfabeta, conduzia os filhos com tanto amor que nenhum dos 13 filhos percebeu que renunciava à comida para que eles pudessem alimentar-se precariamente.

        Jamais os fez se sentirem culpados pelas necessidades que a família enfrentava.

        Esse é o verdadeiro amor.

        O amor que sabe renunciar até mesmo às necessidades básicas, como o alimento, por exemplo, para que os filhos cresçam seguros e sem culpa.

        Hoje ela habita no Mundo dos Espíritos e, certamente, pode contemplar cada um dos seus filhos como quem fez tudo o que devia ser feito para que se tornassem pessoas de bem.

        Nos dias atuais, lamentavelmente, vemos pais e mães que culpam os filhos por tudo o que não conseguem realizar.

        Se a mãe não pode exercer a profissão que escolheu, a culpa é dos filhos, que vieram na hora errada.

        Se falta dinheiro, os filhos levam a culpa. Afinal de contas, o colégio é caro, os livros, as roupas etc.

        Se o casal não pode realizar a viagem de férias, a sós, é por causa dos filhos que teimam em existir para atrapalhar a vida dos pais.

        Nesses dias de tantos desencontros entre pais e filhos, vale a pena meditar a respeito da renúncia daquela mãe que deixava de comer para que os filhos que pôs no mundo pudessem sobreviver.

        Vale a pena pensar na grandeza do amor...

        Do amor que sabe renunciar e sabe calar para não ferir os sentimentos daqueles com quem convive e que dependem da segurança do lar para crescer e dignificar o Mundo que os acolhe com doçura e carinho.

        Se você, como mãe, está impedida de fazer tudo o que gostaria por causa da presença dos filhos, não os culpe. Lembre-se de que eles crescem muito rápido e saberão reconhecer os seu esforços e renúncias.

        E, ainda que não reconheçam, pense como a vida não teria sentido sem a presença deles no lar.

        Pense que se Deus os levasse hoje, você estaria livre para fazer o que deseja, mas não é isso que você quer.

        Por essa razão, considere que o tempo que você dedica aos filhos não é tempo que você perde, mas tempo que você investe.

        O verdadeiro amor é aquele que é capaz de renunciar sem ferir e de se dedicar sem cobrança.

* * *

        O amor de mãe é a mais sublime expressão do amor na face da Terra.

        Nada se pode comparar à ternura de uma mãe abraçando os filhos seus.

        É por isso que muitos de nós, nas horas amargas, lembramos da Mãe mais sublime que já pisou na Terra: Maria, mãe de Jesus.

Redação do Momento Espírita.
Em 19.05.2008.

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