Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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ícone Amor e inteligência

        A religiosidade é inerente ao homem.

        Sob as mais diversas formas e em todas as épocas, a Humanidade procurou relacionar-se com a Divindade.

        Por muito tempo imperou a idéia de que Deus deveria ser temido.

        O Criador era apresentado, por muitas tradições, como cioso e vingativo.

        Jesus reformulou esse conceito, ao falar em um Pai amoroso e justo.

        Convidado a indicar o maior mandamento da Lei Divina, Ele sentenciou:

        Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o Espírito.

        E também amar ao próximo como a si mesmo.

        É interessante anotar que, ao invés de um, o Cristo apresentou, de uma vez, dois mandamentos.

        Um fala em amor a Deus e o outro em amor ao próximo.

        Isso prova que tais comandos são entrelaçados.

        O amor ao próximo complementa o amor a Deus e vice-versa.

        Segundo o Mestre Nazareno, Deus deve ser amado com todo o coração, toda a alma e todo o Espírito.

        Percebe-se ser esse amor algo muito intenso e profundo, que reclama a criatura por inteiro.

        O sentimento por si só não basta.

        Quando se quer enfatizar o aspecto emocional, fala-se em coração.

        Mas à Divindade não se deve dar apenas o coração.

        Todo o Espírito necessita estar empenhado nessa relação.

        Segundo o dicionário, um dos significados de Espírito é o conjunto das faculdades intelectuais.

        Cuida-se de uma acepção até certo ponto comum.

        Muitas vezes se afirma que uma pessoa tem espírito.

        Essa expressão indica que ela é inteligente, perspicaz, possui raciocínio rápido.

        Conclui-se que o amor a Deus envolve razão, discernimento, intelecto.

        O Espiritismo ensina que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

        Não se trata de uma personalidade, à semelhança dos homens, mas de uma Consciência Cósmica.

        O apreço por uma personalidade humana, freqüentemente vaidosa, pode ser demonstrado por gestos exteriores.

        Em relação à Consciência Cósmica, despida de características humanas, isso não se dá.

        Como Deus é a Inteligência Suprema do Universo, o amor por Ele implica o esforço por desenvolver a própria inteligência.

        Assim, a religiosidade é incompatível com o cultivo deliberado da ignorância.

        Deus brindou Suas criaturas com dons maravilhosos, os quais precisam ser valorizados.

        O dom que distingue os homens do restante da Criação é a sua intelectualidade desenvolvida, a sua razão.

        O amor a Deus pressupõe respeitar o Mundo e os seres que Ele criou.

        E também, logicamente, o esforço para entender esse Mundo e as leis que o regem.

        Tudo no Universo é progresso e metamorfose.

        Espécies animais e vegetais, as sociedades e as leis humanas, tudo se altera e aperfeiçoa.

        O papel de cada homem é colaborar nesse processo de aprimoramento.

        Para isso, necessita burilar seu intelecto.

        Ao crescer em entendimento e compreensão, enche-se de admiração pela grandeza e pela sabedoria Divinas.

        Mas o amor ao próximo complementa o amor a Deus.

        As faculdades desenvolvidas pelo estudo e a observação devem ser utilizadas em benefício do semelhante.

        Assim, para bem cumprir o mandamento do amor, procure desenvolver sua inteligência.

        Estude uma língua, faça um curso, leia um livro, ilustre-se.

        Encante-se com as maravilhas que o cercam.                               

        E utilize seus talentos em favor do próximo.


Redação do Momento Espírita.
Em 25.08.2008.

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