Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Desculpe, foi engano

        Você já fez, algum dia, uma ligação telefônica para um número que não era o desejado?

        Certamente, sim, pois isso é muito comum.

        E o que você costuma dizer numa situação dessas? Provavelmente pede desculpas pelo engano, ou desliga o telefone assim que ouve a voz que lhe atende.

        Mas também é muito provável que você já tenha atendido uma ligação em que alguém, do outro lado da linha, tenha dito: Desculpe, foi engano. E o que você diz, nesses casos?

        Infelizmente, há muita falta de tolerância para com esse tipo de equívoco, cometido por um número expressivo de criaturas.

        O comum é se ouvir o telefone batendo com violência, ou reprimendas e palavrões ditos por aqueles que atendem a um telefonema indesejado do senhor engano.

        E isso acontece porque a pessoa que assim age conta com o anonimato, pois se alguém lhe bate à porta da casa, por engano, provavelmente não age dessa forma.

        No entanto, há casos belíssimos de telefonemas feitos aparentemente por engano, e que tiveram um desfecho inesperado.

        É o caso de um jovem rapaz que, há algum tempo, foi acordado pela campainha do telefone, por volta das quatro horas da madrugada.

        Ele atendeu e percebeu que a moça que falava do outro lado da linha, tinha a voz entrecortada pelas lágrimas e estava visivelmente transtornada.

        Ouviu, por alguns instantes, e notou que era engano, pois a jovem nem o deixou falar e já começou a fazer considerações como se estivesse falando com outra pessoa.

        Avisava-o que, por causa do seu comportamento, por tê-la abandonado quando soube da gravidez indesejada, havia tomado uma super dose de comprimidos, com a intenção de se suicidar.

        O moço procurou informá-la, com muito jeito, de que ela não estava falando com a pessoa que desejava, mas talvez tivesse ligado para a pessoa certa.

        A voz da moça estava cada vez mais fraca, suas forças estavam se esvaindo, mas o rapaz procurou manter o diálogo até saber o seu nome e endereço.

        Assim que desligou o telefone, providenciou o socorro, indicando aos médicos o endereço e também o que havia ocorrido.

        Algum tempo depois, estava o jovem rapaz pregando em seu templo religioso, quando percebeu uma moça chegar timidamente e sentar-se ao fundo da sala.

        Ao terminar a palestra, alguém lhe apresentou a jovem dizendo que ela estava à sua procura.

        Ela se apresentou e disse que era a moça do telefonema por engano, daquela madrugada amarga.

        Falou-lhe que o socorro chegou a tempo de salvá-la e que estava ali para lhe agradecer...

        Para lhe agradecer por não ter desligado o telefone quando percebeu que era engano, mesmo tendo seu sono perturbado em plena madrugada...

        Por ter ouvido seus xingamentos iniciais com tolerância e ainda lhe oferecer palavras de esperança, naquele momento de desespero...

        Por ter-lhe dito que o suicídio, além de não pôr fim à vida, ainda agrava os problemas.

        E, finalmente, agradecer-lhe por estar viva naquele momento, ela e seu filho por nascer, e poder ouvir novamente suas palavras de consolo e esclarecimento, acerca das leis que regem a vida.

*   *   *

        Pense nisso!

        Ao atender um telefonema indesejado, procure ser gentil. Geralmente a pessoa que se engana está atribulada, e não faz de propósito.

        E, se porventura você se der conta de que ligou para o número errado, desculpe-se com educação.

        Considere que, em tudo o que lhe acontece na vida, você sempre pode tirar a melhor lição.

Redação do Momento Espírita,
com base em fato.

Em  26.12.2008.

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