Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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ícone O doador

O doador é alguém que esquece de si mesmo para pensar no outro.

Existem doações de todas as espécies. Desde aquelas que nos levam a doar o que abunda em nossos armários, sejam roupas, calçados, utensílios, alimentos.

Até aquelas mais especiais em que nos devotamos a doar algo que nos pertence, ao menos temporariamente, de uma forma mais íntima.

Um dos exemplos é a doação de sangue, elemento sempre necessário para atendimentos médicos de variada ordem.

Certa vez, um senhor que estava voltando do laboratório onde costumava doar sangue, foi chamado ao telefone, no seu escritório.

Era a esposa lhe informando do acidente ocorrido com o filho, que estava fora de perigo graças à atuação rápida do setor de emergência. E uma transfusão de sangue.

Naquele momento, o homem se comoveu, agradecendo ao doador anônimo o seu desprendimento. E também ao pensar nas outras vidas que o seu próprio sangue poderia vir a salvar, em algum momento.

Juntamente com as transfusões sanguíneas, os transplantes de órgãos constituem um dos avanços mais significativos da medicina.

Devido ao progresso tecnológico, é possível o transplante de córnea, ossos, pele, cartilagens, vasos e até mesmo de rins, pulmão, fígado e coração.

Algumas pessoas se mostram preocupadas com a situação do doador após a morte.

Temos aprendido que o Espírito sobrevive à morte e mantém sua aparência, sua psicologia, sua individualidade.

Isso faculta alguns questionamentos:

O Espírito sentirá dores na retirada de órgãos para a doação?

O seu corpo espiritual, o perispírito, ficará mutilado?

Normalmente, o ato cirúrgico não implica em dor para o Espírito desencarnado.

O processo da morte impõe uma espécie de anestesia geral ao doente, com reflexos no Espírito, que tende a dormir nos momentos cruciais da grande transição.

Além disso, o perispírito não sofre mutilação alguma com a doação de órgãos.

Se pensarmos em doar córneas, por exemplo, não fiquemos receosos de nos encontrarmos cegos, no mundo espiritual, pois isso não acontece.

O único cuidado que se deve tomar na questão do transplante, é o de não acelerar a morte clínica dos acidentados no desejo de salvar outras vidas.

Os Espíritos nos ensinam que cada segundo de vida no corpo físico é um instante precioso para o Espírito encarnado.

Pensemos um pouco nas vidas que podemos ajudar a salvar, ao doar sangue regularmente, ou ao permitir que, após a nossa morte, partes do nosso corpo venham a ser úteis para outras pessoas.

Lá pelos idos de 1982, indagado a respeito da doação de órgãos, esclareceu Chico Xavier:

Sempre que a pessoa cultive desinteresse absoluto em tudo aquilo que ela cede para alguém; sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida, sem desejar qualquer remuneração;

nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de compreensão;

sem aguardar gratidão alguma, isto é, se a pessoa chegou a um ponto de evolução em que a noção da posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de doar.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
 
Doação de órgãos, do livro Chico, de Francisco, de
 
Adelino da Silveira, ed. Cultura Espírita União.
Em 21.9.2022.

 

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