Momento Espírita
Curitiba, 19 de Março de 2024
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ícone O palco do mundo
 

 

Poeticamente, os escritores se referem, por vezes, ao mundo, como um grande palco.

A vida seria, então, nada além de uma peça teatral.

Em verdade, se vivêssemos pensando que estamos em um palco, possivelmente nos sairíamos melhor na representação do papel que nos compete.

Para o êxito de uma peça teatral, uma grande equipe se faz necessária. E um número quase sempre maior dos que aparecem no palco, trabalham nos bastidores ou jamais pisam sequer as dependências do teatro.

Os papéis se distribuem por ordem de importância. Sem o respeito ao desempenho individual e ao que ele representa, não haverá êxito.

A harmonia do conjunto é que resulta no sucesso da apresentação. O escritor, o diretor, o figurinista, o maquiador, o iluminador, os atores - todos têm seu momento próprio para agir.

Da sua atuação específica depende o resultado final.

Não se concebe que, em meio à apresentação do principal personagem, o funcionário deixe a mesa de iluminação e diga: Não esqueçam. Esta cena só ficou tão boa por causa do jogo de luzes. Ah! Se não fosse eu.

Durante o espetáculo, quando a platéia se emociona, com a representação da heroína, jamais a costureira irrompe no palco para chamar a atenção sobre um detalhe do figurino, que realça a silhueta da atriz.

Em suma, cada um desempenha o seu papel, a seu tempo, do seu modo.

Quanto melhor isso ocorre, maior o sucesso, melhor o resultado final.

Se começarmos a pensar que nos encontramos em um palco e uma grande platéia nos assiste, é possível que sejamos mais gentis e educados.

Se pensarmos que para representar o grande ou pequeno papel que nos foi confiado, dependemos de tantos, trataremos melhor as pessoas.

Não desprezaremos pais envelhecidos e enfermos. Afinal, foram eles que nos possibilitaram a chegada ao palco do mundo.

Teremos em melhor conta professores valorosos que nos ensinaram o alfabeto, o segredo dos números, o intrincado da ciência e da filosofia.

Especialmente não desejaremos para nós os aplausos e ovações que a outro pertencem.

Iremos nos sentir satisfeitos por atuar ao lado do ator extraordinário, aprendendo com ele. Sem desejar ou tentar roubar a cena.

Finalmente, quando a cortina se fechar, denunciando o final da peça, poderemos dizer alegres, embora cansados: Que bom! Tudo saiu muito bem!

*   *   *

Da próxima vez que alguém estiver brilhando mais do que nós: é o seu papel, no momento.

Para isso nasceu, se preparou, ensaiou. Se desejarmos brilhar tanto quanto ele, realizemos o esforço que ele despendeu.

Mas, se nosso papel nos exigir a permanência nos bastidores, ainda assim façamos o melhor.

O que realmente importa é o nosso desempenho. Será ele que merecerá a imparcial avaliação do Criador da peça e dono do teatro: Deus, nosso Pai.

 

Redação do Momento Espírita.
Em 16.10.2009.

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