Momento Espírita
Curitiba, 23 de Abril de 2024
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ícone As frustrações do homem moderno

Grande parte das pessoas, na sociedade atual, é infeliz.

Muitos são os estudos feitos para se descobrir as possíveis causas da infelicidade do homem moderno. Todos apontam para o grande causador de tudo isso: o próprio homem.

Trazemos, ao nascer, um plano de felicidade. Basicamente, são três motivações que nos levarão a uma satisfação pessoal, se as conseguirmos manter, ao longo da existência.

Uma delas é ter um relacionamento pessoal satisfatório.

Outra, é poder ser útil na comunidade em que vivemos e, por fim, crescer como indivíduo, alcançando a autorrealização.

Se conseguíssemos atender a esses apelos do nosso interior jamais nos sentiríamos infelizes.

No entanto, há apelos muito fortes, que a sociedade impõe, como sendo indispensáveis: ter muito dinheiro, ter fama e ser fisicamente atraente.

É quando entramos na luta por essas conquistas que, muitas vezes, nos infelicitamos.

Isso porque nos esquecemos das aspirações íntimas e desejamos conquistar o que a sociedade convencionou chamar de homem bem-sucedido.

Para subir na vida, chegamos a não nos importar em passar por cima do semelhante, matando uma de nossas motivações íntimas: a de ter um bom relacionamento pessoal.

Deixamos de ouvir a voz da consciência que nos chama à utilidade, junto à comunidade, e lutamos por algo que nos confira status e fama.

Para nos mantermos fisicamente atraentes, nos impomos regimes cruéis, cirurgias e uso de certas drogas.

Quando o corpo físico cobra seus tributos, cabe-nos enfrentar enfermidades e distúrbios variados.

Não nos damos conta de que quanto mais lutamos para ter, mais nos esquecemos de ser. E mais ficamos infelizes.

Os que conseguimos conquistar posses materiais, fama, e uma boa aparência, empregamos o tempo e a saúde para mantê-los.

Os que não logramos realizar esses sonhos estabelecidos pela sociedade, ficamos frustrados por nos julgarmos incapazes.

Jesus, o Excelente Psicólogo da Humanidade, recomendou que empregássemos esforços para conquistar bens que nem a traça nem a ferrugem consomem.

Esses bens são as virtudes do Espírito, que nos seguem pela eternidade afora.

Assim, quando entendermos que o dinheiro é meio e não fim para ser conquistado, a qualquer custo, colocaremos esse bendito recurso a serviço do progresso próprio e dos nossos semelhantes.

Não vos inquieteis pela posse do ouro, recomenda Jesus. E, na parábola do rico fazendeiro, que só se importava em encher os celeiros de forma egoísta, adverte: Insensato que sois! Ainda esta noite te exigirão a alma.

Jesus, portanto, não disse que temos que desprezar os bens terrenos, mas ensinou que eles ficam aqui, quando daqui partimos e que não vale a pena ganhar a vida e perder-se a si mesmo.

*   *   *

Valemos pelo que somos, não pelo que temos ou pela nossa aparência física.

As virtudes são os tesouros mais preciosos que podemos conquistar.

Lembremos de que nada vale a pena se tivermos que abrir mão da nossa dignidade, da nossa honradez, ou dos nossos valores nobres.

 Redação do Momento Espírita, com base
 em texto do livro
Porque fazemos o que
 fazemos, de Edward Deci, ed. Negócio.
Em 24.1.2022.

 

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