Momento Espírita
Curitiba, 20 de Abril de 2024
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É tão importante que sustenta a vida. Muitas criaturas a negam, mas ninguém a dispensa.

Apresenta-se tímida, quase como se não existisse. No entanto, engrandece quem a dá e embeleza quem a recebe.

Manifesta-se em pequenos nadas, como um olhar num momento muito especial. Um olhar que tem o brilho de uma estrela em um céu cheio de astros.

Pode se exteriorizar em um sorriso, em um aperto de mão. O namorado que se aproxima da sua amada e lhe acaricia com suavidade o rosto, como se estivesse tocando o veludo de uma rosa que desabrocha.

Pode ser sentida em uma canção que alguém entoa à distância, uma canção que fala de momentos doces, de um pôr-de-sol, de um amanhecer...

Irradia-se de uma palavra em um momento oportuno. Palavra que tem o dom de acariciar a alma e lembra o voo gracioso de uma ave no céu azul.

Expressa-se no silêncio de um amigo que nos reconhece a dor íntima e simplesmente se senta ao nosso lado, aguardando que desejemos falar, dizer do que nos está magoando, machucando. Oferece-nos o ombro amigo para o desabafo e as lágrimas.

Ela fala sem voz. Atua sem mãos. Brilha sem luz...

Falamos da ternura, que é alma e é coração.

Ela sustenta os matrimônios na Terra e aquece os corações maternos quando a neve dos invernos já coloriu os cabelos com sua brancura.

No namoro, ela faz parte do doce encantamento que toma de assalto os enamorados. Nos primeiros dias do casamento, é a brisa que visita os apaixonados todas as manhãs. Depois, quando os anos já se dobram sobre o casal, é o sentimento que alimenta a relação a dois.

Feita de coisas pequenas, como chegar do trabalho com uma flor e oferecer à amada. Ou um telefonema, no meio da tarde, para uma pequena declaração de eterno amor.

Um bilhete em envelope discreto, com uma frase curta e a marca de um beijo.

Quando a ternura se ausenta, as criaturas envelhecem mais rapidamente, parecendo murchar, como flores sem água, sem sol, sem ar.

A ternura é sempre espontânea, por isso mesmo tão preciosa. Não pode ser imposta. Quem pode dizer a uma criança que deixe a brincadeira e nos venha acariciar os cabelos com suas mãos pequeninas?

Mas, quando ela o faz de forma espontânea, nos enriquece e enche de bênçãos o coração.

A ternura é componente imprescindível às manifestações do amor.

Brota como as flores que explodem dos botões aos beijos do sol da primavera.

Onde chega produz harmonia, paz, porque a ternura é a mais forte expressão que traduz a elevação do Espírito.

*   *   *

Quando a brisa passa pelas ramagens dos arbustos e arvoredos, quando ela canta suave nos galhos, acaricia a folhagem que se agita em movimentos rítmicos.

A carícia, na Terra, é dádiva de Deus para a preservação da esperança na dor, do sacrifício na aflição, do alento na luta.

Façamos da nossa passagem pelo mundo uma permanente carícia de amor nobre, manifestando ternura aos nossos amores.

Sejamos como a madrugada que, ao despontar, acaricia o sono da noite que desperta.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Ternura, do livro Heranças de amor, pelo Espírito Eros, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 17.12.2010.

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