Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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ícone Vozes dos Imortais

O Espírito Amélia Rodrigues, em seu Poema da gratidão, diz que quem ouve a voz dos imortais não esquece nunca mais.

Reflexionando sobre a preciosa afirmativa, ficamos a cogitar como será ouvir a voz dos celestes mensageiros.

Narra-nos o Evangelista Lucas que, em certa noite, havia, na região da Judeia, alguns pastores que pernoitavam no campo, realizando a vigília noturna do seu rebanho.

E deles se aproximou um anjo, a glória do Senhor iluminou ao redor deles, enchendo-os de grande temor.

E o anjo assim lhes falou: Não tenhais medo! Eis que vos trago boas-novas de grande alegria, que será para todo o povo. Nasceu para vós, hoje, um Salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi.

Este é o sinal para vós: encontrareis um recém-nascido enfaixado e deitado numa manjedoura.

Logo, juntou-se ao anjo uma multidão do exército do céu, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz sobre a Terra, boa vontade para com os homens.

Que momento extraordinário! O Senhor das estrelas nasce entre os homens e o Pai Celestial envia um coro celeste para lhe anunciar a chegada.

*   *   *

Ao longo dos séculos, os homens, debruçando-se sobre este belo texto que nos fala daquele anúncio jamais igualado, imaginaram como terá sido o cântico celeste.

E o tentaram reproduzir. De todas as versões, possivelmente a que melhor traduza a emoção e a grandeza da excelsa notícia, nos campos da Judeia, seja o Adeste Fideles.

Os versos dizem mais ou menos assim: Venham todos, ó fiéis. Alegres, triunfantes.

Vinde, vinde a Belém. Vejam o recém-nascido, o Rei dos anjos. Vinde, adoremos o Senhor.

Cante agora o coro dos anjos. Cante agora a assembleia dos coros celestiais.

Glória, glória a Deus, no alto dos céus. Vinde, adoremos o Senhor. Portanto, aquele que nasceu no dia de hoje: Jesus, a ti seja a glória do Pai eterno.

A palavra se fez carne. Vinde, adoremos o Senhor.

Alguns consideram que essa versão seria da autoria do rei português D. João IV, mecenas das artes, pelos idos de 1640.

O que se sabe é que a música foi executada, em 1797, na embaixada portuguesa, em Londres.

O que importa é que, produto de homens inspirados pelos mensageiros espirituais, interpretada pelas vozes privilegiadas de variadas épocas, sempre conduz à profunda emoção.

É como se reprisássemos aqueles momentos extraordinários em que o Celeste Amigo veio estar conosco e os coros celestiais lhe anunciaram a chegada.

E, se nos emocionamos tanto com as vozes humanas, ficamos a pensar como serão as vozes espirituais, os coros dos anjos.

Sim, tem razão Amélia Rodrigues: quem os escutar, não os poderá jamais esquecer.

Ficarão indelevelmente registrados na acústica da alma, elevando-a a planos superiores.

E isso tudo nos remete a dizer: Jesus, como temos saudades de ti. Como desejamos reprisar momentos evangélicos, como sentimos Tua falta.

E oramos: Vem, Jesus, vem amenizar nossa saudade. Permite-nos ouvir de novo as vozes imortais, embala-nos na Tua paz.

Desejamos estar Contigo e nos sentimos tão distantes. Vem, Jesus, vem até nós.

Como os discípulos, na entrada da cidade de Emaús, observamos o entardecer das nossas vidas e dizemos: “Permanece conosco, porque está para anoitecer e o dia já declinou.”

Dá-nos a alegria da Tua presença em nossas vidas.

Redação do Momento Espírita, com citações
do
Evangelho de Lucas, cap. 2, versículos 8 a 14
e cap. 24, versículo 29.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 25, ed. FEP.
Em 20.12.2019. 

 

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