Momento Espírita
Curitiba, 23 de Abril de 2024
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ícone Regressão de memória

Muitos dos que se opõem à ideia da reencarnação, o fazem dizendo que não se recordam de outras existências.

Sustentam que se tivessem vivido outras vidas, por certo deveriam ser capazes de recordar-se de tais experiências.

No entanto, o fato de não nos recordarmos de nossas vidas passadas não é argumento suficiente para comprovar que elas simplesmente não aconteceram.

Afinal, há muitas coisas no mundo que não conseguimos tocar, ver, e mesmo assim elas existem inegavelmente.

O esquecimento do passado, em verdade, é mais uma prova da misericórdia divina, desde que, conhecendo a História da Humanidade, seria muito difícil, para muitos de nós, sabermos quem fomos e o que fizemos.

Deus nos priva momentaneamente de tais registros a fim de que possamos recomeçar, oferecendo-nos uma oportunidade nova.

Existem os que buscam, através das terapias de regressão de memória, reviver suas antigas histórias e seus amores do passado.

Sobre tal assunto, o Espírito Emmanuel nos orienta da seguinte forma:

Se fomos trazidos à Terra para esquecer o nosso passado, valorizar o nosso presente e preparar em nosso benefício um futuro melhor, por que provocar a regressão de memória do que fomos ou fizemos, simplesmente por questões de curiosidade vazia?

Ou então, com o objetivo exclusivo de buscarmos aqueles que foram nossos companheiros, a fim de regressar aos desequilíbrios que hoje resgatamos?

A nossa própria existência atual nos apresentará as tarefas e provas que, em si, constituem a recapitulação de nosso passado em diversas vidas.

Por que efetuar a regressão de memória, unicamente para chorar a lembrança de episódios infelizes do pretérito, ou exibirmos grandeza ilusória em situações nas quais fomos protagonistas?

Sejamos sinceros e lancemos um olhar para nossas tendências.

Não recordamos dos atos que praticamos em vidas passadas, mas podemos sempre saber qual o gênero das faltas que cometemos, pelo cunho predominante de nosso caráter hoje.

Bastará, então, para sabermos como fomos, analisarmos como são as nossas mais sinceras e reais inclinações atuais.

Além disso, a natureza das dificuldades e das provas que sofremos hoje, também pode nos esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos dos atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei.

Na maioria dos casos, a lembrança de nossas individualidades anteriores acarretaria graves inconvenientes para o desenvolvimento desta existência.

Em algumas situações o orgulho seria exaltado, sobremaneira, por alguma realização de vulto.

Em outras circunstâncias menos felizes, seria a vergonha que nos afastaria do bom caminho, em decorrência dos remorsos que nos atingiriam, frutos de equívocos lamentáveis.

*   *   *

Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos, em existências anteriores.

Mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado.

E a nossa consciência - por meio do desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas - estimula-nos a resistência àqueles maus pendores.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. VII, pt. 1, de O livro
dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e no cap. Regressão de memória,

do livro Mandato de amor, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. UEM.

Em 15.05.2012.

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