Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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Os relacionamentos humanos nem sempre são fáceis.

As pessoas colocam muitas expectativas umas nas outras.

É comum esperar-se receber mais do que se dá.

Ou então se estabelecer um sistema de trocas que não parece funcionar a contento.

Frequentemente, tem-se a ideia de não ser correspondido à altura da própria dedicação.

Por conta disso, muitas relações se rompem.

As pessoas deixam que seus vínculos familiares e sociais se fragilizem.

Lentamente se afastam dos entes queridos.

Veem os familiares apenas nos feriados mais significativos, ainda assim sem qualquer entusiasmo.

A respeito dessa tendência humana, há uma interessante passagem evangélica.

Nela, Jesus fala sobre os vínculos terrenos.

Relaciona casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos e terras.

E afirma que quem deixar tudo isso por amor ao Seu nome receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna.

Trata-se da enunciação do dever de renunciar aos bens do mundo, para alcançar a vida eterna.

No entanto, é importante refletir em quê consiste tal renúncia.

Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de Seu nome.

Não se trata, portanto, de um mero abandonar.

Não está em pauta a satisfação do orgulho, da vaidade e do egoísmo.

À primeira vista, o alvitre Divino parece um contrassenso.

Como olvidar os mais sagrados deveres da existência?

Afinal, o próprio Cristo cuidou de santificá-los!

Muitos cristãos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos.

Numerosos irmãos de Ideal recolheram-se à sombra do claustro.

Com isso, olvidaram obrigações superiores e inadiáveis.

Entretanto, é preciso atentar para o modo pelo qual Jesus renunciou.

Aos companheiros que O abandonaram, aparece glorioso, na ressurreição.

Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos.

Aos homens ingratos, que O crucificaram, oferece sublime roteiro de elevação.

Deixa-lhes o Evangelho e se desdobra em cuidados por eles, no correr dos séculos.

Assim, convém observar o que representa renunciar por amor ao Cristo.

Trata-se de perder as esperanças da Terra, conquistando as do céu.

Por vezes, os pais não são compreensivos, a esposa, o esposo são ingratos e os irmãos parecem cruéis.

Então, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos.

Urge se unir ainda mais a eles, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.

Talvez você não encontre compreensão no lar.

Quiçá, seus amigos e irmãos sejam indiferentes e rudes.

Mesmo assim, permaneça ao lado deles.

Somente desse modo estará renunciando por amor a Jesus.

E apenas com semelhante renúncia alcançará as bênçãos do entendimento, da paz e do genuíno amor.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap. 154, do livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo
Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 2.6.2021.

 

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