Momento Espírita
Curitiba, 18 de Abril de 2024
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ícone Quanto vale?

No mundo em que vivemos, a maioria de nós valoriza em demasia as coisas materiais. Nossos anseios giram em torno da ascensão profissional, dos lucros obtidos, das aplicações em fundos de investimento e em bolsas de valores.

Esgotamo-nos em horas intérminas de trabalho, em demonstração de engajamento e dedicação, no anseio de conquistas polpudas em nossos salários.

Idealizamos a casa, as viagens, os passeios, o carro, quem sabe, um pequeno barco.

Nossos dias, semanas e meses se sucedem em torno do angariar mais para mais usufruir.

Naturalmente, como as conquistas se fazem a muito custo, tudo é zelosamente cuidado.

Zelamos pela conservação da residência, da casa na praia, do carro, das joias.

No entanto, de um modo geral, existem valores aos quais não damos maior importância... até o dia em que os perdemos.

Assim, quando a morte, como lei natural, nos surpreende, levando um dos nossos afetos, sentimos que nos falta o chão.

Quando chegamos em casa e não encontramos a bagunça, os brinquedos espalhados; quando não temos mais o colar diário de dois bracinhos em nosso pescoço, quanta tristeza!

Sentamos no sofá, caríssimo, que tanto prezávamos, com desânimo. O entorno perdeu seu significado. A joia mais valiosa se foi. Aquela que somente deixou uma imensa saudade no cofre da nossa intimidade.

A casa tão rica de tapeçarias e cristais jaz fria e quieta.

O que não daríamos para ter o esposo, de novo, adentrando o lar, batendo a porta, soltando as chaves com ruído sobre a mesa, e a voz sonora a anunciar: Cheguei!

Dentre tantos amores, um colo de mãe é ainda mais precioso. Valor inigualável.

E, tantas vezes deixado de lado porque nos sentimos donos do mundo, vencedores, seguros de nós mesmos.

Contudo, quando a mãe adentra o plano espiritual, instala-se no coração dos filhos a carência e a saudade.

Possivelmente, ninguém melhor traduziu esses sentimentos do que a menina órfã que desenhou no chão, em tamanho natural, uma figura de mãe.

Depois, deitou-se exatamente à altura do que seria o colo daquela mãe, aninhou-se e adormeceu.

Nada mais significativo do que a imagem que foi retida pela lente ágil de um fotógrafo.

Colo de mãe! Quanto valerá no mercado financeiro?

Colo de mãe que aninha, protege, transmite segurança, bem-estar.

Colo de mãe quentinho, amoroso. Colo de mãe sem igual.

Colo de mãe não tem preço.

*  *   *

Pensemos nessa preciosidade que é um colo de mãe e honremos todos os dias, com nosso carinho, essa que disse sim à vida e nos permitiu vir ao mundo.

Amemos essa gema sem preço. Aproveitemos o colo de mãe, sempre gratos, antes que a morte a arrebate dos nossos olhos.

Porque, então, somente pelos fios do pensamento poderemos ter a ventura do reencontro, enquanto permanecermos por cá, em bendito exílio, na Terra que o Senhor Deus nos permitiu habitar, crescendo para o progresso.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 26, ed. FEP.
Em 9.9.2014.

 

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