Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Bezerra de Menezes

No Brasil, um dos espíritas que mais se destacou foi Bezerra de Menezes, o consolidador da Federação Espírita Brasileira.

Cearense de nascimento, mostrou-se desde cedo inteligente.

Aos seis anos sabia ler e, aos vinte anos, sozinho, chegou no Rio de Janeiro com trinta e oito mil réis no bolso e uma esperança imensa no coração.

Precisou lecionar para se sustentar.

Às vezes passava grandes privações, quando a fé em Deus e a prece o amparavam.

Estudava pelas bibliotecas e comprava livros de segunda mão.

Sorriso bondoso, gestos elegantes e nobres, palavras meditadas, foi sempre um conselheiro e um guia.

Impecável como estudante, sua nota em exame era habitualmente ótima com louvor.

Concluiu o curso de medicina aos vinte e cinco anos. Abriu um consultório, com um colega, no centro da cidade.

Enquanto em sua casa, o número de enfermos ia crescendo pois eram atendidos de graça, a sua clínica no centro da cidade ficou às moscas, por meses.

Ingressando no exército, com o posto de cirurgião-tenente, dedicou-se à cirurgia, onde foi notável.

Não abandonou sua clientela pobre. O que ganhava de um lado gastava do outro.

Era o atendimento gratuito, depois o dinheiro para o medicamento, o leite da criança até o caixão para o pobre morto.

Casou-se por amor e ficou viúvo com duas crianças de três e um ano. Tornou a se casar, ainda por amor.

Gostava de escrever e logo ficou conhecido como jornalista elegante.

Aos vinte e nove anos, foi eleito vereador. Aos trinta e seis, deputado geral.

Durante sua atividade política, combateu os desmandos, as roubalheiras, os escândalos.

Pouco antes da Proclamação da República, seu nome figurou numa lista tríplice para senador pelo Rio de Janeiro.

Em dezesseis de agosto de 1886, o eminente cidadão, político, jornalista e médico proclamava aos quatro ventos a sua adesão ao Espiritismo.

Mais de mil e quinhentas pessoas lhe ouviram o discurso pronunciado no salão nobre da Guarda Velha, no Rio de Janeiro.

Bezerra de Menezes colocou sua pena a serviço da religião espírita cristã, desde o primeiro artigo que assinou, em janeiro de 1887.

Presidente da Federação Espírita Brasileira, por duas vezes, fez com que crescesse a admiração e o respeito de todos os espíritas pela instituição nacional.

Ficou conhecido como o Kardec brasileiro, líder do Espiritismo, tendo sido intensa sua atividade em defesa dos direitos e liberdades dos espíritas contra certos artigos do Código Penal.

Tão grande era seu coração, na prática do bem, que o povo passou a chamá-lo médico dos pobres.

Viveu e morreu modestamente, distribuindo com os necessitados tudo que possuía.

No dia 11 de abril de 1900, desencarnou.

Espírito de escol deixou luminoso rastro em sua existência terrena.

Abolicionista inflamado, o Apóstolo do Espiritismo no Brasil, prossegue se consagrando mais de perto à transformação gradual das longas fileiras de infelizes.

O francês Léon Denis, um dos discípulos de Allan Kardec declarou, do outro lado do Atlântico: Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente no Brasil, mas os espíritas de todo o mundo.

 Curiosidades

 Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro há um quadro a óleo, representando Bezerra de Menezes em tamanho natural.

Foi oferta da colônia portuguesa residente naquela cidade que, na placa, presta homenagem ao grande talento e honrado caráter do doutor Adolfo Bezerra de Menezes.

Com o pseudônimo de Max ou as iniciais A.M., ele escrevia artigos na imprensa leiga e espírita.

Como vice-presidente da Federação Espírita Brasileira traduziu do francês Obras Póstumas, de Allan Kardec, que foi publicado em 1892, no Brasil.

 

Redação do Momento Espírita, com base na biografia de Bezerra de
Menezes, do livro
Grandes vultos espíritas do Brasil, ed. FEB e no livro
Bezerra de Menezes, de Canuto de Abreu, ed. FEESP.
Em 30.9.2013.

 

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