Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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ícone Nossa fé

Teresa d´Ávila, nascida Teresa Sánchez de Cepeda Y Ahumada, ou Tereza de Jesus, como é mais conhecida em sua terra natal, a Espanha, foi uma mulher invulgar.

Nascida no final da Idade Média, em meio à reforma protestante, órfã de mãe, foi levada pelo pai a morar em um convento para ficar preservada dos arroubos do mundo, segundo ele.

Em determinada época da vida passa a ter suas experiências místicas, entrando, não raro, em êxtase, durante suas meditações e orações.

Pede então permissão para sair pela Espanha a fundar conventos, pois vê a necessidade de uma nova ordem religiosa, sem os vícios que via nas existentes.

Dona de uma fé profunda e de uma cultura respeitável, em 27 de setembro de 1970, o Papa Paulo VI lhe conferiu o título de Doutora da Igreja.

Enfrentou inúmeras dificuldades, contrariou a muitos interesses da época, enfrentou a fúria da Inquisição espanhola, mas nada disso a abateu.

Em 1576, numa série de perseguições que sofreu ela, seus amigos e suas reformas, foi condenada a ficar reclusa em uma de suas instituições.

Somente depois de diversos anos, graças ao rei Filipe II da Espanha, essa situação foi aliviada.

Na fortaleza de sua fé, escreveu, certa feita:

Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta.

Fez desta profissão de fé a regra de seu viver.

Assim, é de nos perguntarmos: Quanta fé basta para enfrentarmos as dificuldades da vida?

Muitas vezes reclamamos que Deus não nos oferece as condições necessárias para melhor agirmos.

Frequentemente nos queixamos de que se a vida mudasse nessa ou naquela circunstância, seríamos melhores, agiríamos de maneira mais adequada.

Esquecemos, nessas horas, de que Deus está sempre a nos oferecer aquilo que nos basta, o mais adequado, no exato momento, na hora mais apropriada.

Entendendo assim é que Teresa de Jesus afirmou que para quem tem a Deus nada falta. Só Deus basta.

Ter a Deus, no seu dizer profundo, é compreender a longa extensão da bondade e da Providência Divina.

É entender que as agruras da vida, os problemas e dores são apenas ferramentas de que a vida se utiliza para forjar virtudes.

Logo as dificuldades passam, os problemas se dissolvem, e o que fica são os valores nobres insculpidos na alma.

Tendo o pleno entendimento de que Deus provê a todas as nossas necessidades, compreendendo que jamais estaremos esquecidos do Seu amparo, não há porque se perturbar. Não há motivos para se amedrontar.

Assim se constrói nossa fé. No entendimento de que devemos buscar nosso bem-estar, construir nossos sonhos, buscar nossa melhoria.

É o que Jesus nos aconselha: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.

E quando chegamos no limite de nossas ações, quando já não há o que fazer para minimizar ou solucionar nossos problemas e dores, aí inicia a construção de nossa fé.

No entendimento de que Deus é verdadeiramente nosso Pai, que Suas ações são permeadas de amor e justiça, nos fortaleceremos.

E então, como a mística espanhola, haveremos de entender que para quem tem Deus nada falta. Só Deus basta.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 17.9.2014.

 

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