Momento Espírita
Curitiba, 18 de Abril de 2024
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ícone Oração e trabalho
 

Conta-se que, no deserto de Tebaida, vivia um velho monge que costumava dar sábios conselhos a todos que o buscassem com essa finalidade.

Um dia, aos primeiros alvores da manhã, vindo de país longínquo, bateu à sua humilde casa, um frade, moço e forte, que lhe disse:

Irmão, venho lhe pedir para que, em nome de Deus, me ensine a fugir das tentações.

O venerável monge olhou-o com tranquilidade e falou com doçura:

Outro pedido lhe farei. Ajude-me um pouco hoje e amanhã lhe ensinarei, pela graça de Deus, o que deseja. E assim ficou combinado.

Os primeiros raios de sol surgiam no infinito, quando os dois se entregaram ao trabalho de remover a terra. O monge cantava e o frade o acompanhava.

Quando o sol quente anunciou o meio do dia, ambos fizeram uma pausa. Tomaram uma refeição frugal e saborosa, para logo mais voltarem à lida.

Quando os últimos raios do sol se despediam, na linha do horizonte, os dois deixaram o eito e voltaram para casa.

A mesa singela oferecia o repasto para o corpo e jantaram juntos.

Terminada a refeição, fizeram um pequeno passeio por entre o arvoredo, ouvindo a algazarra da passarada que buscava lugar seguro para o repouso entre a folhagem.

Em seguida, se recolheram e oraram. Estudaram as escrituras e deitaram-se, depois, para dormir.

Pela manhã, o monge perguntou ao seu hóspede:

Meu irmão, você ainda quer saber como afastar as tentações?

Não, respondeu o frade. Já aprendi o bastante, mestre.

E, beijando respeitosamente as mãos do monge, partiu.

Tinha obtido o remédio para afastar todas as tentações: a oração e o trabalho.

Essas duas forças se constituem no antídoto eficaz contra as quedas do ser humano.

Jesus Cristo, com Seu exemplo maior, dignificou o trabalho. Seu ministério foi, sobretudo, de ação e movimento.

Levantava-Se com o dia e devotava-Se ao bem dos semelhantes pela noite adentro.

Médico - não descansava no auxílio efetivo aos doentes.

Professor - não Se fatigava, repetindo as lições.

Juiz - exemplificava a imparcialidade e a tolerância.

Benfeitor - espalhou, sem cessar, as bênçãos do amor infinito.

Sábio - colocou a ciência do bem ao alcance de todos.

Advogado - defendeu os interesses dos fracos e dos humildes.

Trabalhador Divino - serviu a todos, sem reclamação e sem recompensa.

Serviu-Se da oração para buscar a sintonia com o Pai, durante toda a Sua vida.

O exemplo do Cristo é sublime e contagiante. Tanto é assim, que os apóstolos abandonaram o comodismo para sair em campo e fazer o que o Mestre fizera: trabalhar e orar.

Trabalho e oração: eis o remédio contra as tentações.

*   *   *

Na Roma Imperial, no ano de 71 antes da era cristã, foram crucificados trinta mil escravos, na via Ápia.

A falta dos condenados era aspirar ao trabalho digno e em liberdade.

Com Jesus, no entanto, nova época surgiu para toda a Humanidade.

Redação do Momento Espírita com base em texto do boletim Ser em foco,
 nº 08/98 e no cap. 17 do livro Roteiro, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 17,12,2009.

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