Momento Espírita
Curitiba, 26 de Abril de 2024
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ícone Triunfadores

Ante as dificuldades, dois caminhos se apresentam: o da acomodação pura e simples e o do esforço para a superação.

Isso define, no mundo, os perdedores e os triunfadores. Triunfadores sobre si mesmos, sobre a adversidade.

Selma nasceu em uma propriedade agrícola sueca, administrada por sua família.

Portadora de um defeito articular na perna esquerda, aos três anos de idade, viu-se subitamente impedida de andar.

Com as pernas inertes, passou a infância sem brincar muito, a ouvir as histórias e lendas contadas por sua babá, Kaysa.

Sua avó, que a levava de um lado a outro, lhe dizia: Aprenda a voar pelo pensamento.

Quando via as crianças patinando no gelo, ela recomendava: Feche os olhos e com a imaginação patine pelo universo.

Em determinado verão, viajando com a família para uma estação de águas, conheceu a esposa do capitão do navio.

Ao ser convidada a conhecer a embarcação, Selma viu uma ave-do-paraíso e, sendo uma criança de imaginação aguçada, achou-a capaz de fazer milagres, fato que a fez, repentinamente, voltar a andar, apesar de continuar claudicando, por causa das dores que sentia na perna esquerda.

Aos quinze anos, depois de ter dedicado toda a infância à leitura, Selma decidiu que seria escritora e passou a escrever versos.

A situação financeira da família, agravada pela doença do pai, definiu a venda da propriedade, onde Selma nascera, crescera e tanto amava.

Aos vinte e quatro anos, com a ajuda financeira de um empréstimo feito por seu irmão Johan, Selma entrou para a escola de formação de professores.

Ela se tornou professora de história e prometeu a si mesma que iria readquirir a propriedade familiar.

Graças à sua imaginação, alimentada pelos mitos, lendas e histórias de fantasmas de sua terra, escreveu contos, que se materializaram em livros.

Seu grande sucesso, alcançado em 1910, veio com um livro que foi desafiada a escrever por um diretor de escola. Um livro que contasse a história e a geografia da Suécia para as crianças das séries primárias.

Com isso, conseguiu seu intento: readquirir a  propriedade da família, onde voltou a residir e viveu até o final dos seus dias.

Ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1910, ela narrou um encontro que teve com seu pai, desencarnado, enquanto adormecera no trem, a caminho de Estocolmo. Ele a lembrou que deveria ser grata.

Por isso, foi um discurso de gratidão, em que disse não ser nada mais do que a boca e a caneta, registrando o que sua mente, desde a infância, recebera.

Falou da grande dívida de gratidão que levava em seu coração. E afirmou: A gratidão é o fardo mais pesado que se carrega. Não há como resgatar essa dívida eterna.

Selmanão somente superou as próprias dificuldades, mas foi militante das causas feministas e uma pacifista convicta.

No início da Segunda Guerra Mundial, ajudou vários intelectuais alemães a fugirem, conseguindo-lhes vistos suecos.

A poetisa alemã Nelly Sachs foi por ela salva de ser colocada num campo de concentração.

Escreveu a grande contista sueca:Ninguém pode livrar os homens da dor, mas será bendito aquele que fizer renascer neles a coragem para a suportar.

Redação do Momento Espírita, com base em
 dados biográficos de Selma Lagerlöf.
Em 10.2.2015.

 

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