Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Ofensa e perdão

Qual a primeira reação que temos quando nos sentimos ofendidos?

Quando alguém nos injuria, calunia ou age com má fé em relação a nós, qual o primeiro sentimento que nos toma a alma?

Boa parte de nós diria ser a revolta esse sentimento.

Outros, mencionaríamos o desejo de vingança, a vontade de retribuir com a mesma moeda o mal que nos atingiu.

E não poucos nos sentiríamos indignados, não hesitando em tomar satisfação com o outro, usando de palavras grosseiras, quando não mesmo da agressão física.

Porém, poucas vezes reflexionamos sobre se essa seria a melhor atitude a ser tomada.

Quando a ofensa nos chega, enchemo-nos de cólera, e reagimos, de imediato. Nem um momento de reflexão.

Todo aquele que ofende, entretanto, traz em si desarmonia e dificuldades de grande monta.

Calúnia e injúria são apenas frutos daqueles que se perderam nos desatinos da inveja e do ciúme.

São criaturas que não perceberam que todos trazemos valores e capacidades que podem ser desenvolvidos. Desequilibram-se no triste caminho de invejar no próximo aquilo que não acreditam possível desenvolver em si mesmos.

Aqueles que agem, usando de má fé, com o intuito deliberado de prejudicar ao outro, são portadores de graves enfermidades em seu íntimo.

Buscam atalhos inexistentes para alcançar seus intentos, não se importando e não mensurando o reflexo de suas ações.

Agem assim por ignorar que a vida devolve em frutos todas as sementes lançadas ao vento.

Assim, se a ofensa nos chega ao coração, antes de qualquer reação, reflitamos.

Vejamos alguém enfermo naquele que nos ofende. Alguém com profundas dificuldades íntimas.

Ele se esforça em aparentar uma felicidade e superioridade inexistentes, pois verdadeiramente feliz é o que goza de paz de consciência.

Ninguém que esteja efetivamente de bem consigo mesmo sente a necessidade de magoar a terceiros, de forma nenhuma.

Por isso, Francisco de Assis, conhecendo em profundidade os dramas humanos, roga ao Pai Celeste permita que ele possa levar o perdão onde houvesse ofensa.

O doce cantor de Deus, reconhecendo as dificuldades íntimas de quem ofende, deseja retribuir àquele coração apenas com o perdão.

Ser ferramenta da ofensa é muito mais grave do que ser ofendido.

Infelicidade efetiva nasce das mãos que atiram pedras, e não daqueles que lhe constituem o alvo.

O perdão aos que nos atacam nascerá sempre do olhar de compreensão; da capacidade de transcendermos a situação, registrando compaixão diante do agressor.

*   *   *

Assim, se a ofensa nos chegar, vejamos nela o imenso convite ao exercício do perdão.

Isso nos evitará o fardo de carregar n’alma o peso da vingança e o ácido do mal querer.

E, ante as tormentas que o ultraje possa nos causar, lembremo-nos de que Jesus, incomparável na Sua pureza, manteve-se sereno e calado, diante dos mais vis insultos que os homens puderam engendrar, a seu tempo.

Redação do Momento Espírita.
Em 25.7.2015.

 

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