Momento Espírita
Curitiba, 25 de Abril de 2024
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Rossana estava muito feliz com a proximidade de seu aniversário. Dizia que era o dia mais feliz no ano.

Muitos duvidavam de sua firmeza, ao falar com tanta alegria.

O dia chegou. Ela se levantou muito cedo, cantando e louvando a vida, o amor, a família.

Foram muitos os cumprimentos de seus amores, de amigos, vizinhos.

À tarde, recebeu um telefonema de cidade próxima, de ex-colega de faculdade cumprimentando-a.

As saudades dos tempos felizes e despreocupados fez a conversa se alongar.

Em determinado momento, a amiga lhe perguntou quantos anos estava completando.

Rossana, simplesmente, respondeu que não se preocupava com isso.

Números, nunca foi o “meu forte”, disse. Agradeço a Deus poder estar aqui com saúde, e vivendo com alegria.

A amiga admirou-se: Vai dizer que você não se preocupa com o tempo que passa, e que leva todo seu frescor e beleza.

A aniversariante suspirou profundamente, e respondeu:

Cada ano que passa, sinto que tenho a idade ideal para olhar o mundo e as pessoas com sentimentos melhores.

Vejo com maior compreensão as dificuldades que a vida costuma trazer.

A cada aniversário, me sinto mais disposta a aprender algo de novo e que preencha meu coração de esperanças.

Sinto que posso cultivar, um pouco mais, os sentimentos positivos.

E com esses sentimentos, posso contagiar as pessoas ao meu redor.

Em determinados momentos, quando olho para minhas mãos e observo que estão enrugando, vejo passar um filme pela minha mente: a quantidade e a qualidade dos trabalhos que elas me permitiram realizar;

as crianças que elas acariciaram, medicaram, afagaram;

as peças de roupas que elas me ajudaram a costurar;

as panelas de sopa que me permitiram tornar realidade, para matar a fome de tantos.

Então, eu as acaricio, agradeço a Deus por elas, e ainda rogo que me sejam úteis por muitos anos.

Quantos anos tenho? O que importa?

Sinto que tenho a idade certa para sonhar sonhos realizáveis, através de meus próprios esforços.

Percebo que as ilusões do ontem vão se transformando em esperanças de realizações no amanhã.

Na minha idade, o amor ganha uma nova conotação, pois que se enriquece de desinteresse.

A ansiedade de outrora deixa a vez para um sentimento de calma e de paz, como a que se usufrui em um entardecer na praia.

As lágrimas, que por vezes derramei, por não compreender o que o mundo queria de mim, hoje são sorrisos de satisfação por ter entendido o recado do tempo.

As desilusões que ontem amargaram meu coração, cederam a vez para a doçura da solidariedade que hoje pratico.

Que importa o número de anos que tenho?

Acredito que tenho “a idade” que escolho ter. A idade de quem não sente mais medo; a idade da experiência adquirida;

A idade do poder dos meus anseios; a idade de, conscientemente, escolher o meu caminho.

*   *   *

Não é a idade nem a aparência que temos que nos torna melhores, mas sim o exemplo de amor que espalhamos ao nosso redor.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 20.2.2016.

 

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