Momento Espírita
Curitiba, 24 de Abril de 2024
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ícone Angariar coisas

Caminhamos pela existência terrena angariando coisas.

Algumas cabem nas mãos. Outras, conseguem ser guardadas na mente. E há também as que somente conseguimos depositar no cofre do coração.

As coisas que cabem nas mãos são nossos valores terrenos. Aquilo que gera fortuna, que se contabiliza, que se registra nas contas dos bancos e enchem cofres.

Quando são frutos do trabalho honesto, adquiridas com esforço próprio, pautadas em uma conduta moral adequada, justo se faz encher as mãos com esses bens.

Também gozá-los, deles usufruir, com satisfação.

Porém, não raro somos aqueles que, no afã de termos mãos cheias, fazemos disso o ideal de nossa existência.

Gastamos todos os recursos do tempo, do intelecto, de nossas capacidades para adquirir, amealhar bens.

Em um comportamento doentio, fazemos disso o grande ideal da vida, como se aqui estivéssemos somente para ter as mãos cheias.

É claro que o trabalho honesto, o esforço pessoal deve ter sua recompensa, e podemos receber o valor amoedado pelo nosso empenho. Nada há de errado nisso.

Porém, ao investirmos todas nossas capacidades apenas para encher nossas mãos, elas ficarão abarrotadas, mas teremos mente e coração vazios.

Importante, portanto, ocuparmos nosso tempo e energia para encher a mente, além das mãos.

Dedicarmos bons momentos da existência para investir nos tesouros do intelecto, da cultura e dos mais diversos saberes.

Esforçarmo-nos para as conquistas acadêmicas, para o aprendizado nas mais variadas vertentes, aplicando-nos na própria intelectualização.

Assim, não apenas mãos cheias de bens materiais, também a busca do dilatar as capacidades intelectivas.

Como frutos pessoais, nos tornaremos cultos, desenvolveremos raciocínios elaborados, dominaremos idiomas e saberes diversos.

Entretanto, que ao trilhar esse caminho, não conservemos o coração vazio.

Lembremos de buscar, igualmente, tesouros para preencher o coração, valorizando as oportunidades de abraçar virtudes e interiorizar valores nobres.

*   *   *

Enquanto transitarmos pela experiência terrena, importante nos perguntarmos: que tesouros vimos adquirindo?

Estaremos investindo nossas horas, nossos recursos para buscar as coisas que enchem as mãos, caminhando com mente e coração vazios?

Estaremos investindo no banco da mente, da instrução, do desenvolvimento intelectual, deixando o coração sem recursos?

Que temos feito, afinal, das tantas oportunidades que nos permitem o enriquecimento do intelecto e dos bens materiais?

Temos pensado nos nossos irmãos? Em repartir com alguém tudo que sabemos, que somos, que possuímos?

Pensemos nisso e projetemos nossas horas com sabedoria, utilizando-as no próprio enriquecimento intelectual, no amealhar bens para o corpo e para o espírito.

Em nossa trajetória, estabeleçamos formas de crescer, mas também de auxiliar os nossos irmãos em humanidade a crescerem conosco.

 Redação do Momento Espírita.
Em 5.3.2016.

 

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