Momento Espírita
Curitiba, 18 de Abril de 2024
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ícone Nem a distância, nem a saudade

O Apóstolo Paulo, em sua primeira Epístola aos Coríntios, asseverou: O amor é paciente, o amor é bondoso. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Ter a oportunidade de nos casarmos com o amor de nossas vidas é um privilégio. Todavia, ter que se separar três dias após o casamento e esperar sessenta anos para se encontrar novamente é uma história extraordinária.

Foi o que aconteceu com o casal russo Anna e Boris Kozlov.

Ele, membro do partido comunista, estava discursando em uma praça quando ela se aproximou. Ambos tiveram a certeza de que desejavam passar a vida toda juntos.

Assim, organizaram o casamento rapidamente.

A família de Anna não era bem vista pelo governo da época. Há pouco, seu pai havia sido exilado para a Sibéria.

Entretanto, tais divergências partidárias não importavam ao casal. Ainda que em meio a turbulências políticas, decidiram selar o seu amor.

Porém, o governo de Stalin continuava a desconfiar dos familiares de Anna. Haviam castigado o seu pai e decidiram fazer o mesmo com sua esposa e filhos.

Três dias depois do casamento, a família foi exilada e os recém-casados se despediram.

Boris partiu em missão com o exército. A família de Anna foi alocada em várias regiões e países distintos. A comunicação se extinguiu. Anna e Boris perderam totalmente o contato.

Depois de muita insistência de seus familiares, Anna se casou com outro homem. Foram anos de profunda tristeza, com exceção do contentamento que lhe trouxeram os filhos e os netos.

Boris também se casou. Tornou-se escritor. Nas linhas que escreveu, o tema saudade esteve sempre presente.

Sessenta anos se passaram...

*    *   *

Anna e Boris contavam mais de oitenta anos quando decidiram retornar ao povoado natal.

Ambos viúvos, planejavam passar o resto de suas vidas no lugar em que haviam sido felizes.

Numa manhã, Anna avistou um homem que acabara de sair de um carro. Notou algo qualquer em seu porte, em seu olhar, gestos familiares.

Não podia ser! Era ele! Era Boris! Seu grande e único amor!

Passaram o dia falando sobre suas vidas. A sensação era de que nunca haviam estado separados.

Alguns meses depois, Boris teve a ideia: Casariam novamente!

Anna ficou um tanto reticente, afinal, eram octogenários. Mas em breve cedeu. Hoje, o feliz casal é a prova viva de que nem a distância e nem a saudade são capazes de destruir o amor.

*     *     *

Que é a morte?

Uma viagem, uma separação temporária, um até logo. Todavia, jamais o fim, jamais o adeus.

Aqueles que nos separamos temporariamente de nossos amores por ocasião desse fenômeno natural, devemos guardar em nossos corações a certeza: a morte, tal qual a distância, não rompe os laços de amor.

Os dias podem se transformar em anos. E os anos, em décadas. Mas quando o momento oportuno se fizer, o reencontro virá e, junto dele, o esperado e saudoso abraço...

Então, coração com coração, saberemos que nem por um instante ficamos separados daqueles a quem amamos.

Pensemos nisso. Confiemos!

Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos
 de
Boris e Anna Kozlov, colhidos no site http://melhorcomsaude.
com/um-amor-voltou-encontrar-apos-60-anos/
Em 16.4.2016.

 

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