Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone O amor que redime

Alice tinha dificuldades para dormir, depressão, angústia, irritabilidade.

Pesadelos recorrentes a atormentavam. Acordava banhada em suor.

Vivia com dores constantes. Os médicos não encontravam causas físicas para seus problemas.

Certo dia, ao passar em frente a uma casa aberta, sentiu uma vontade muito grande de se aproximar. Era um Centro Espírita.

Entrou. Foi recebida por uma jovem gentil que perguntou:

Olá. É a primeira vez que vem aqui?

Alice acenou afirmativamente com a cabeça.

A moça explicou o funcionamento da casa, encaminhou Alice para um pequeno auditório e pediu que ela aguardasse.

Uma suave música se espalhava pelo ambiente. Alice sentiu-se como que abraçada.

Em pouco tempo, teve início uma palestra.

À medida que a palestrante falava, ela ia sentindo um bem-estar crescente.

As palavras faziam sentido e o tema abordado: Causas das aflições a enchia de emoção.

Em dado momento, ao ouvir sobre problemáticas decorrentes de um abortamento, profunda angústia a dominou e explodiu num pranto convulsivo.

Foi conduzida para uma sala, tremendo e chorando.

Recebeu um copo d’água, a imposição de mãos sobre sua cabeça.

Diante dela, um senhor de olhar amoroso e muito doce sorria. Ela sentia no ar uma energia que a acalmava.

Conseguiu balbuciar: Sou uma criminosa.

O homem não se alterou. Continuou fitando-a com amor, aguardando que ela desabafasse o que tanto a afligia.

Durante a palestra, ela compreendera que um ato cometido há anos era a causa de seus problemas atuais. Quando jovem, fizera um abortamento.

Acreditava que não haveria consequências, mas a culpa a acompanhava desde então.

Quando ouvi o que a palestrante disse, entrei em desespero. O que vai ser de mim? Deus vai me castigar?

O homem falou suavemente:

Filha, Deus não castiga ninguém. A transgressão às Suas leis nos acarretam consequências educativas e, por essa razão, sofremos as reações às nossas próprias ações.

Por isso devemos aceitar sem revolta os revezes que nos atingem. São eles que nos ajudam a resgatar nossos débitos diante das leis Divinas.

Um lampejo de esperança brilhou nos olhos de Alice. Ele continuou:

Você é jovem e poderá construir uma família. Acolha os filhos que vierem, eduque-os dentro dos princípios do amor, da bondade, da justiça e da caridade.

Dedique parte de seu tempo a ajudar, de coração aberto, crianças e mães necessitadas.

Ame o próximo, faça a caridade e, acima de tudo, minha filha, nunca mais cometa esse erro.

Alice teve vontade de mudar. Sentiu uma força tremenda em si.

Iniciou uma transformação gradual e efetiva. Buscou minimizar o sofrimento alheio, principalmente de crianças. Passou a orar e vigiar pensamentos e atos.

Com o tempo, não mais teve pesadelos e a tristeza desapareceu. O sono se normalizou.

Dedicou seu tempo no auxílio a jovens grávidas e sem recursos, aconselhando-as e amparando-as para que não cometessem o mesmo erro que ela havia cometido há tantos anos.

E, dessa forma, ajudou a tirar muitas vidas da escuridão, inclusive a sua própria.

Redação do Momento Espírita.
Em 3.6.2016.

 

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