Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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ícone Ensinos do ontem

Como é emocionante se compulsar escritos bíblicos e descobrir que, embora redigidos há séculos, têm o sabor da atualidade.

Isso atesta a sua qualidade divina, a inspiração superior. Ensinos emanados dos céus para os homens, e que transcendem o tempo, os costumes.

No Velho Testamento, no livro do profeta Ezequiel, encontramos a descrição do que deveriam ser os domínios do povo de Israel e a advertência: Repartireis, pois, esta terra entre vós, segundo as tribos de Israel.

Será, porém, que a sorteareis para vossa herança e para a dos estrangeiros que peregrinam no meio de vós, que gerarem filhos no meio de vós.

E vos serão como naturais entre os filhos de Israel.

E será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro, ali lhe dareis a sua herança.

Nos dias em que vivemos, grande tem sido o número dos imigrantes, que buscam asilo nas terras da Europa e da América.

Fugindo de países em que domina a guerra, a turbulência, a fome, eles enfrentam as mais adversas condições em busca de um novo lar.

Um local que os possa receber e onde não lhes seja negado o alimento, o abrigo. Uma nova vida.

Onde não sejam discriminados por causa da cor da pele, da sua religião, sua raça, sexo ou país de origem.

Naturalmente, muitas são as questões que se levantam ante essa onda migratória, contando-se aos milhares os que já adentraram fronteiras de outros países.

Um problema, sem dúvida, para as nações, para a economia dos países.

O Papa Francisco, durante uma visita ao Campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, conclamou a que se responda de maneira digna de nossa humanidade comum à crise migratória.

Os imigrantes, disse ele, antes de serem números, são pessoas.

Unindo-se a outros líderes religiosos, assinou uma declaração pedindo ao mundo para mostrar coragem para enfrentar esta crise humanitária colossal.

Que todos os nossos irmãos e irmãs deste continente, como o bom samaritano, venham ajudá-los no espírito da fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana que marcou sua longa história, acrescentou.

O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás, pois estrangeiro fostes na terra do Egito, diz o livro de Êxodo.

Exortações do ontem que se fazem precisas e necessárias no hoje.

Olhar para nossos irmãos, que fogem de seus países, enfrentando o mar, o deserto, as condições mais adversas, em busca de um lugar para viver.

Para alimentar os próprios filhos.

Palavras a respeito das quais nos cabe meditar. Exortações que devem ser pensadas, antes de erguermos muros pessoais e de gritarmos pelo fechamento das fronteiras.

Os refugiados não são migrantes econômicos, que geralmente procuram melhores condições noutro país.

São homens, mulheres e crianças de todas as idades que buscam um país que os acolha.

Antes de cerrarmos os olhos à miséria alheia, lembrar que somos todos irmãos, neste imenso lar em que vivemos.

Todos irmãos, embora tenhamos cores de pele diferentes, e falemos idiomas estranhos uns aos outros.

Algo, no entanto, nos é comum: somos humanos. Somos Espíritos, filhos de Deus.

Que nossa humanidade entre em ação. Dividamos o problema, busquemos soluções.

Perguntemo-nos: e se fôssemos nós o estrangeiro, com um filho nos braços, como gostaríamos de ser recebidos?

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 47,
versículos 21 a 23 do livro bíblico
Ezequiel e no cap. 19,
 versículo 34, do livro bíblico
Levítico.
Em 13.6.2016.

 

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