Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone A resposta da gratidão

Jim nunca imaginou que as coisas acontecessem daquela forma. Enquanto trabalhava como salva-vidas, amava o que fazia.

Num dia de folga, andando pela praia, ele viu uma mulher em perigo. Jogou-se n’água e a trouxe para a praia.

Depois a carregou até o posto salva-vidas, onde uma ambulância a levou para o hospital.

Vitória ficou muito agradecida e passou a visitá-lo, de vez em quando, no posto.

Quando sabia que ele estava trabalhando, mandava-lhe pizza. Jim retribuía com visitas e telefonemas.

Os outros rapazes faziam gozação da sua amizade com aquela senhora. Ele não ligava.

Durante anos, mantiveram a amizade. Certo dia, retornando de uma viagem, Jim ligou para a casa dela. Quem atendeu foi uma jovem, que se identificou como Bárbara.

Era sua sobrinha. Contou-lhe que Vitória havia morrido, vítima de um derrame. A sobrinha viera de outra cidade para resolver alguns negócios da tia.

Ela sabia tudo a respeito dele porque sua tia lhe falara. O tempo passou.

Uma noite, numa festa na praia, com amigos, Jim percebeu que as coisas estavam saindo do controle.

Bebidas e drogas começaram a circular. Ele decidiu ir embora. Logo depois, uma mulher que ele havia conhecido apenas algumas horas antes, também saiu.

Quando ela foi dada como desaparecida e seu vestido esfarrapado foi encontrado ao lado da estrada, ele foi acusado de assassinato.

Parecia um pesadelo. Ele mal a conhecia. Era uma acusação maluca. Mas a polícia precisava de um suspeito. E ele era um suspeito.

Um defensor público foi indicado para cuidar do seu caso, porque ele não tinha dinheiro. Foi preso e a fiança estipulada em um valor elevadíssimo.

Jim achou que não teria mais saída. Então, um dia, recebeu um telefonema.

Era Bárbara. Formada em direito, ela ouvira o noticiário a respeito da sua prisão e perguntava se ele aceitaria que ela o defendesse gratuitamente.

Jim aceitou de pronto. Ela começou a se inteirar dos detalhes do caso.

A única testemunha ocular que identificou Jim, como o homem que saiu da festa com a mulher, descreveu o casal como sendo da mesma altura.

Alguma coisa estava muito errada. A suposta morta tinha um metro e sessenta e cinco centímetros. Jim tinha quase um metro e oitenta.

Graças a esse detalhe, ela conseguiu que a fiança fosse reduzida e Jim pôde ir para casa. Aquilo foi um presente para ele.

Ela contratou um detetive que, depois de algum tempo, descobriu que a suposta vítima vivia num país vizinho.

Ela decidira sair de casa e abandonar o marido para começar uma nova vida, com outra pessoa.

Depois de muita insistência, meses de trabalho, conseguiram que a mulher retornasse e se mostrasse à polícia, provando que estava viva.

Jim estava livre da acusação. Hoje, ele vive com sua mulher e três filhos. Tem uma fazenda e dirige sua própria fábrica.

Mas nunca vai esquecer aquela amizade especial com Vitória.

Comenta ele: Se aquela doce senhora não falasse de mim para sua sobrinha como o fez, é bem possível que eu estivesse apodrecendo na prisão, pelo resto da minha vida.

Devo minha vida àquela mulher.

No entanto, Bárbara tem uma versão diferente:

Ele merecia minha ajuda. Ele salvou a vida de alguém que nem conhecia, mesmo não estando em serviço naquela hora.

Esse tipo de amor pela Humanidade não fica sem recompensa.

*   *   *

Faça o bem, sem nunca aguardar recompensa. Mas guarde a certeza de que os benefícios lhe chegarão, de alguma forma, neste mundo ou no outro.

Isso porque a toda ação corresponde uma reação. E o bem somente gera bem maior.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Heróis também precisam de heróis, do livro
 
Triunfos do coração, de Chris Benghue,
 ed. Butterfly.
Em 18.8.2016.

 

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