Momento Espírita
Curitiba, 20 de Abril de 2024
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ícone Descobrindo Deus

A grande paixão do escritor Antoine de Saint-Exupéry era a aviação e se notabilizou como pioneiro da aviação comercial no mundo.

Foi destacado, pelo governo francês, para fazer a linha do correio aéreo Toulouse-Casablanca-Dakar-Casablanca.

Jovem, entusiasta, ele considerava que religião, conceito de Divindade eram questões de secundária importância.

Num desses voos, acompanhado pelo seu mecânico de bordo em um avião monomotor, foi vítima de uma pane.

O avião caiu no deserto do Saara. Preparou-se para morrer. Não havia a mínima possibilidade de sobrevivência.

Durante o dia, as temperaturas eram muito altas. À noite, desciam a vários graus negativos.

Antoine e seu mecânico passaram a primeira noite de angústia.

No dia seguinte, ele já esperava a morte, quando foi surpreendido pela presença de um pequeno rato do deserto, que transitava entre as dunas.

Teve uma inspiração: se havia um animal, havia água. Por consequência, uma possibilidade de vida.

Ele acompanhou o animalzinho correndo pelo deserto por algum tempo e chegou a uma duna que parecia fixa.

Em uma das faces havia umidade e na umidade havia vários gravetos. Muitos caracóis estavam ali e também a comunidade de ratinhos, que se alimentavam de uma forma muito especial: eles comiam os caracóis velhos e poupavam os novos.

Exupéry passou o dia a observar aquilo. De repente, deu um grito: Era possível haver Deus!

Como aqueles animais podiam entender assim de sobrevivência? Se eles devorassem os caracóis mais novos, naturalmente se extinguiria a colônia, que era a fonte de vida. E todos morreriam.

Tomado de grande alegria, saiu a correr. À distância, viu o mecânico que lhe acenava com uma camisa.

Ele gritava que o avião estava funcionando. Em determinado momento, explicou depois, ele movera a hélice e o motor funcionara.

Parecia um milagre! Exupéry alcançou o avião e chegou a Dakar, são e salvo.

*   *   *

Deus existe. Não há dúvidas. Basta que se observe o instinto dos animais.

Qual o engenheiro que ensinou ao João-de-Barro como ele deve construir a sua casa, para proteger a prole dos ventos invernais?

Qual o farmacêutico que mostrou ao cão qual a erva que ele deve comer para determinadas indisposições?

Quem foi o arquiteto que estabeleceu as linhas mestras aos passarinhos para entretecerem seus ninhos com tanto esmero?

Qual o técnico vocal que adestrou as aves para que atinjam notas graves e agudas, em perfeita harmonia?

Quem lecionou paciência à pantera para o êxito da sua caça?

Quem informou às tartarugas, que nascem nas areias escaldantes, que a sua segurança está em atingir, com muita rapidez, as águas protetoras?

Por fim, qual o aviador que deu lições à águia, ao condor?

Quem os ensinou a planar, a envergar as asas, a alcançar alturas ou fazer voos rasantes?

A tudo isso, somente cabe uma única resposta: Deus! Deus que tudo faz, tudo vê, tudo provê.

 

Redação do Momento Espírita, com base nas Palavras iniciais,
do livro Conversa fraterna, de Divaldo Pereira Franco,
ed. FEB.
Em 28.4.2017.

 

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