Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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ícone Boas palavras

O educador Rubem Alves escreveu, certa feita, que as palavras têm o poder de enfeitiçar.

Ele se referia ao processo de educação do ser humano.

Se agasalhamos conceitos, frases ouvidas ou lidas, podemos nos transformar.

É assim que, lendo e relendo o Sermão da Montanha conseguiremos nos pacificar e passarmos a agir de forma mais equilibrada, mais serena.

Mas, se as palavras têm o poder de modificar a mente, de nos permitir a melhoria das próprias atitudes, igualmente guardam a capacidade de modificar a alma, de energizá-la.

Em si mesmas, as palavras são neutras. Assim, pretensas maldições simplesmente grafadas no papel não guardam sentido algum.

De igual forma, preces e bênçãos, estruturadas em fórmulas mortas, impressas, nenhum efeito surtirão.

No entanto, ganham sentido no momento em que as impregnamos com nossos sentimentos. Elas, então, passam a ter a vida e a energia que lhes atribuímos.

A partir disso, poderão fazer morada em alheios corações, que, por sintonia, lhe deem guarida, conferindo-lhes importância.

Portanto, as palavras que nos saem da boca ou as que resultam de nossas ações, não têm apenas o peso do seu significado.

Em verdade, muito mais do que o significado, o seu peso está em relação direta com o sentimento que carregam.

Em nossos contatos diários, se nossas palavras são sinceras e nascem do afeto, do bem querer, da vontade de ajudar, se constituirão em bênçãos, em vibrações de bem-estar para todos que com elas sintonizem.

A mãe, ao beijar a fronte do filho, desejando-lhe um bom dia, uma boa jornada, a companhia divina, o está impregnando com seus verdadeiros sentimentos de amor.

Alguém que deseje ao outro paz, felicidades, alegrias o está envolvendo nessas vibrações.

Como nossa boca fala do que se encontra repleto o coração, como nos explica Jesus, as palavras haverão de refletir sempre os nossos sentimentos, embora possamos disfarçar, com belas palavras, o que nos vai no íntimo.

Por isso, a importância de atentarmos para a nossa intimidade, de pensarmos no que falamos, no que escrevemos, enviando a terceiros.

É lei da natureza a troca das energias que nos são próprias e que nutrimos, por nossa própria escolha.

É nosso dever, portanto, vigiar os sentimentos, o falar, aquilo que escrevemos.

Pensemos antes de remeter, a quem quer seja, o que tenhamos escrito, em momentos de intempestividade ou desconforto.

Busquemos a harmonia de nossas vibrações, resguardando o próximo, não lhe endereçando energias que poderão lhe provocar mal-estar.

De uma maneira ou outra, as vibrações com que impregnarmos nossas palavras faladas ou escritas, nos chegarão de retorno.

Aqueles que cruzam nosso caminho levarão a nossa mensagem para onde forem, igualmente compartilhando-a, com outros tantos.

Evitemos, dessa forma, os destemperos, as alterações bruscas de humor, os rompantes de raiva, capazes de nos intoxicar, criando enfermidades para nós mesmos e mal-estar aos que convivem conosco.

Seja a nossa a disposição para abençoar, bendizer, agradecer. Sejamos promotores de alegrias, de entusiasmo, de bem-estar onde quer que transitemos.

Sejam nossas as palavras que traduzam os melhores sentimentos, amparando o caminho alheio.

Redação do Momento Espírita.
Em 13.10.2017.

 

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