Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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Uma imagem impressionante comoveu o mundo esportivo e as redes sociais.

Tudo aconteceu numa corrida de dez quilômetros, nos Estados Unidos.

Rob Gomez teve a chance de ganhar a competição e um prêmio significativo em dinheiro, mas tomou uma atitude surpreendente.

Ao perceber que o primeiro colocado estava passando mal, e caíra pela segunda vez a poucos metros da chegada, ele, que estava em segundo, carregou o adversário para a vitória.

Ao invés de correr para vencer, Gomez parou, levantou o adversário e o segurou nos últimos cinquenta metros, antes de lhe dar um último empurrão para se certificar de que ele cruzaria a linha de chegada na primeira posição.

As imagens de solidariedade circularam o mundo enquanto Gomez permaneceu humilde em suas entrevistas.

Eles me colocaram em um pedestal que eu realmente não mereço. - Disse o corredor a um dos órgãos de imprensa.

O que as pessoas viram foi apenas um exemplo de comunidade em execução. Não é realmente especial. É exatamente o que fazemos.

Obviamente que as perguntas mencionaram o prêmio em dinheiro que ele deixou de ganhar, ao que simplesmente respondeu:

Não foi uma decisão calculada. Não foi porque sou um tipo de herói, ou uma espécie de pessoa especial, porque eu não sou. Como corredores, entendemos, nos erguemos uns aos outros e nos ajudamos.

*   *   *

As verdadeiras vitórias não estão nas convenções do mundo: quem chega primeiro, quem é mais rápido, quem supera os outros.

Aos poucos, vamos compreendendo que existem outras vitórias muito maiores e que nos trazem mais alegria do que essas comuns, que passam e todos logo esquecem.

Reconhecer que o outro é também merecedor de algo e, muitas vezes, mais merecedor do que nós, é vencer os grandes males que carregamos dentro d’alma: o egoísmo e o orgulho.

Por isso, contribuir com a vitória do outro faz-nos grandes.

Correr cuidando da sua própria marcha, também atento aos outros corredores e suas necessidades, é vencer o individualismo que ainda nos enclausura em tanta dor.

Um dia entenderemos que, para que sejamos considerados reais vencedores, precisamos trazer outros conosco.

A existência do Espírito no Universo não é uma competição desenfreada e individual, mas uma marcha comunitária e solidária.

Estamos juntos. Hoje você precisa de mim, amanhã precisarei de você, depois de amanhã não será mais a necessidade que nos unirá, e sim o laço construído, e juntos ergueremos quem necessite. E assim seguiremos...

A solidariedade faz com que nos levantemos uns aos outros, sempre que necessário, mesmo que isso custe uma desaceleração de nossa marcha diária, dos afazeres, dos muitos compromissos.

Por vezes, percebemos que não estamos dispostos a diminuir nossa velocidade para estender a mão a alguém, nem sequer para olhar para os lados.

Lembremos que, mais à frente, quando eventualmente cairmos, suplicaremos por braços a nos ampararem na queda, por recolherem nossos cacos, pois todos, sem exceção, estamos sujeitos ao cansaço e aos desequilíbrios dessa imensa maratona terrestre.

Redação do Momento Espírita, com base em matéria
publicada no jornal
Portland Press Herald de 6.8.2017,
no site www.pressherald.com
Em 8.11.2017.

 

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