Momento Espírita
Curitiba, 23 de Abril de 2024
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ícone O milagre da doação

O ano de 2019 foi especialmente doloroso para o casal John e Stephanie Reid.

Por conta de um atropelamento, o filho único, Dakota, de apenas dezesseis anos, teve morte cerebral.

Ainda que tomados de profundo sofrimento, o casal não teve dúvidas: optou pela doação de todos os órgãos do adolescente.

Um ano se passou. Certo dia, John recebeu uma encomenda, cujo remetente era justamente quem recebera o coração de seu filho.

No pacote, havia um presente e uma delicada carta de agradecimento pelo generoso gesto do casal. Nas gentis linhas, os dizeres: Eis os batimentos cardíacos do Dakota.

Tomado de emoção, John encontrou na caixa um sorridente ursinho de pelúcia no qual se lia: O melhor pai do mundo.

Ao apertar a patinha do brinquedo, a audição de uma gravação levou aquele pai a saudosas lágrimas.

O ursinho reproduz o som dos batimentos cardíacos de seu filho, que agora bate em outro peito.

O coração de Dakota proporcionou vida a outra pessoa. Seu filho está vivo.

Vivo também em outras famílias que, igualmente, foram ajudadas pela doação dos demais órgãos do menino.

Um fazendeiro recebeu os rins e o pâncreas. Um rapaz de vinte e um anos agora pode enxergar graças às córneas de Dakota.

Em uma entrevista, o pai afirmou: Quando recebi o pequeno urso, meu coração ficou cheio de alegria. Doar órgãos é continuar o plano de Deus para a família doadora e para o destinatário.

E finalizou, comovido: A doação de órgãos faz com que nós e os receptores sejamos sangue. Somos uma família. 

  *   *   *

Diante do transe da morte, muitas famílias recusam doar os órgãos de seus familiares.

Uma das razões predominantes é o desconhecimento a respeito dos procedimentos que envolvem a retirada dos órgãos.

Quando ocorre a morte encefálica, os médicos consultam a família a fim de pedir autorização para a doação dos órgãos do ente querido.

Um doador pode salvar até oito pessoas.

Se desejamos ser essa pessoa que pode auxiliar outras vidas a prosseguirem sua jornada terrena, importante que deixemos expressa essa vontade para os nossos familiares.

Dessa maneira, no momento da nossa morte, eles poderão agir com segurança e sem conflitos.

*    *   *

Num mundo que conjuga muito mais o verbo receber, é preciso coragem para se doar.

As oportunidades de progresso que nos são concedidas são tantas que, até durante a morte, podemos avançar no caminho que nos conduz a Deus, à paz, à felicidade.

Espiritualmente, o ser que desencarna não passará nenhuma necessidade por conta da doação de seus órgãos. Ao contrário, o bondoso ato somente o iluminará.

Afinal, a doação de órgãos nos torna instrumentos da Misericórdia Divina. Uma vida retorna às moradas celestes, uma vida permanece neste plano.

Por um grandioso gesto de caridade e benevolência, ambas se unem pelo amor.

*    *   *

A verdade é que a vida jamais cessa. A morte é apenas um Até breve e o amor é um laço que jamais se desfaz, ainda que nosso coração bata em outro peito.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita,
com base na biografia da
Família Reid e
com dados colhidos no
site da Associação
Brasileira de Transplantes de Órgãos.
Em 30.6.2020.

 

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