Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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ícone Consumismo e consumo

No nosso dia a dia nos deparamos, muitas vezes, com a oportunidade de consumirmos produtos, que estão expostos nas vitrines, nas gôndolas, nas propagandas.

O mercado nos oferta uma infinidade de produtos e serviços.

Mas já pensamos o que significa o consumo?

Para o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, ele é necessário para a manutenção da vida.

Enquanto estivermos neste planeta, precisaremos consumir bens e serviços porque, na sociedade em que vivemos, não produzimos tudo o que precisamos para nossa subsistência.

Há uma interdependência entre todos nós, cada um produzindo parte dos bens e serviços necessários para o conjunto da sociedade.

Contudo, será que consumo é o mesmo que consumismo?

Na verdade, são coisas diferentes. Consumismo é quando situamos a nossa preocupação no consumo, fazendo dele o centro dos nossos interesses.

O consumismo vai além do que é necessário. Está relacionado com a moda, com o impulso de comprar, com o desejo de possuir bens materiais, com a vontade de mostrar esses bens a outras pessoas.

Também à forma como usamos nossos recursos e nossos pensamentos para a aquisição de bens materiais.

Façamos um pequeno exercício. Ao sair para as compras, antes de adquirirmos um produto, perguntemos a nós mesmos: Preciso realmente disso?

Não tenho em casa um parecido? Será útil ou ficará guardado em algum lugar e depois descartado?

As respostas podem nos ajudar no entendimento do que é realmente necessário e do que seja supérfluo em nossas vidas.

Lembremos que somente nos pertence, verdadeiramente, aquilo que nos é dado levar deste mundo.

Portanto, não temos a propriedade dos bens terrenos, somos somente seus usufrutuários.

Isso nos diz que devemos usar da melhor forma possível esses bens, analisando as razões que nos levam a adquiri-los.

Necessário também repensar os efeitos desses bens para a coletividade, inclusive refletindo sobre as condições de trabalho em que eles são produzidos.

Afinal, a propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resultar dano para ninguém.

Dessa forma, cabe-nos igualmente responsabilidade a respeito.

Por fim, sirvamo-nos do que nos seja necessário. Fora disso, reeduquemo-nos e contenhamos nosso consumismo.

Reaprendamos a comprar, a adquirir, agindo menos por impulso e por ideias alheias.

E nos empenhemos em fazer prosperar em nós os bens que tenham a ver com as aquisições da alma, isto é, a inteligência, os conhecimentos e as qualidades morais.

São esses valores que levaremos conosco para a vida futura. Eles nos proporcionarão o desenvolvimento e o progresso, além de contribuir para a melhoria da vida em sociedade.

Trata-se de trabalharmos para aquisição da verdadeira propriedade.

Foi o Mestre de Nazaré que nos advertiu para que conquistássemos os tesouros do céu, aqueles que a traça não consome, a ferrugem não corrompe e os ladrões não roubam.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17,
 do livro
44 Cartas do Mundo Líquido Moderno,
 de Zygmunt Bauman, ed. Jorge Zahar; no item 9 do
 cap. XVI do livro  
O Evangelho segundo o Espiritismo,
 de Allan Kardec, ed. FEB e no Evangelho
 de Mateus, cap. 6, vers. 19.
Em 9.11.2020.

 

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