Momento Espírita
Curitiba, 18 de Abril de 2024
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Uma pequena lâmpada, cheia de óleo, também conhecida como lamparina, gabava-se de ter um brilho superior ao do sol.

Era mesmo uma tola, com seu brilho tão fraco. Porém, uma rajada de vento assoprou e a apagou.

O homem veio e voltou a acendê-la. Então, a advertiu:

Ilumina, cumpre o teu papel e fica calada. Quem brilha de verdade não conhece a escuridão.

*   *   *

O brilho de uma vida gloriosa não deve nos encher de orgulho. Afinal, nada do que temos nos pertence de verdade.

Tudo na Terra é passageiro, temporário. Quando menos esperamos, a fortuna se vai, a saúde fica comprometida, os amigos desaparecem.

Vangloriar-se de qualidades que não temos, de vitórias não conquistadas, falar do que sabemos e fazemos não nos torna superiores a ninguém.

Em verdade, mostra muito mais o quanto somos tolos, pensando que outros acreditarão no que ainda não demonstramos em nossa maneira de agir.

Nosso equilíbrio emocional deve repousar sobre a humildade, essa virtude que nos permite vermos, claramente, o que já somos, o que alcançamos e o quanto ainda temos a caminhar.

O orgulho e a vaidade não nos conduzem a lugar algum, a não ser ao trono dos desenganos.

Quando o orgulho se une à ilusão, passamos a nos considerar, de forma equivocada, como aqueles que nunca erram, que tudo sabem, até mesmo a correta pronúncia em outros idiomas.

E pretendemos, nessa tola ilusão, corrigirmos os demais.

Acreditamos saber tudo, de geografia à história, ciências, arte e política. Dominamos qualquer assunto.

Somente não nos damos conta de como nos tornamos ridículos com esse comportamento.

De outra parte, o orgulho, aliado à vaidade, também nos conduz à lamentação, à raiva, à revolta, porque nos acreditamos merecedores de tudo que há de melhor no mundo.

Pessoas a quem os reveses e sofrimentos não devem alcançar, de forma alguma.

Se, no entanto, cultivarmos a humildade, teremos a exata ideia da nossa estatura intelectual e moral.

Saberemos falar quando for oportuno e nos calarmos quando alguém mais sábio se expressar.

Além do que, calados, ouviremos melhor e poderemos aprender aquilo que ainda não sabemos. Ou sabemos parcialmente.

A humildade nos permite reconhecer quem realmente somos, conscientes das nossas virtudes e defeitos, capacidades e vontades.

Sobretudo nos diz que não somos superiores aos demais, mesmo que sejamos detentores de várias virtudes.

Isso porque estamos todos em processo de progresso, de evolução. O que conquistamos pode nos constituir grande vitória, mas comparado a tantos outros, pode ser quase nada.

Afinal, há muito ainda a aprender, nesta Terra.

E, quando deste planeta tenhamos absorvido toda a ciência, saber e moralidade, migraremos para outros mundos, continuando o progresso, cujas dimensões desconhecemos.

Assim, não sejamos como a lamparina, falando do que não sabemos e alardeando o que não somos.

Nosso proceder fala por nós, sem necessidade de que anunciemos pretensas virtudes ou saberes.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 27.2.2021.

 

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