Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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Por vezes, na vida, ante alguns fracassos, nos entristecemos e desistimos de lutar.

Tarefas iniciadas são abandonadas. Profissões dignas são deixadas à margem.

Tudo em nome de um fracasso, um dia, uma vez.

Recordamos que, certa vez, uma estudante de violino, durante um concerto, teve a infelicidade de ter o arco do instrumento esticado em demasia.

Isso fez com que arrancasse do instrumento um lancinante gemido de gato. O desafinou, os seus dedos, umedecidos pela transpiração nervosa, escorregaram no braço do violino.

Seu desejo era cair morta.

Mas corrigiu a tensão das cordas, enxugou as mãos no vestido e continuou.

Ao finalizar, correu para os bastidores e exclamou:

Nunca mais tocarei violino.

Uma excelente artista que ouviu seu desabafo, lhe falou:

Você já observou como cantam os pássaros? Sabe por que Deus os criou? Para que alegrassem o homem e ele não sucumbisse à tristeza.

Não vê? Deus deu a muitas pessoas aptidões para tornarem os homens felizes. Ele deu a você a possibilidade de tocar violino. Não deve lhe desobedecer e sim utilizar sua aptidão para louvá-lO. Tudo isso faz parte do seu grande plano.

A menina pensou e pensou. No dia seguinte, ergueu-se cedo e retomou as longas horas de estudo do seu violino.

Quantas vezes, assistindo a jogos olímpicos, vemos atletas, que se submeteram a longos e exaustivos treinamentos, não alcançarem sua meta?

Já não vimos, eventualmente, em um espetáculo de ballet, resultado de horas diárias de incessantes ensaios, uma das bailarinas cair em pleno palco?

Conta-se que a grande cantora Madame Ernestine Schumann-Heink, durante um dos seus concertos, vacilou e falhou.

Mesmo assim, corajosamente, dominou-se e foi até o fim.

Assim, a maravilhosa dama, como era chamada nos últimos anos, continuou cantando em concertos e no rádio, prosseguindo, como os pássaros, a espalhar alegria entre os homens.

Todos esses atletas e artistas nos oferecem as lições do esforço. Também da persistência. Eles têm um pequeno revés, um deslize na apresentação, mas retornam aos treinos, aos ensaios.

Por isso, conquistam medalhas, aplausos e elogios noticiosos.

E graças ao seu repetido esforço, temos tão grandiosos espetáculos de graça, agilidade, força, superação de limites.

*   *   *

O esforço é lei da vida. Todos os seres, de uma forma ou de outra, não podem fugir a isso.

Mecanismo de evolução, promove o progresso, estimula a experiência.

Graças ao esforço, os homens se enriquecem emocional, cultural, artística e economicamente.

Não houvesse esforço e a vida permaneceria nas suas expressões primitivas, iniciais.

Tudo trabalha e se esforça em a natureza.

Os ventos e as chuvas realizam o seu esforço na erosão dos montes e da crosta terrestre.

A gota d'água, no seu cair sem parar, cria as belezas que nos deslumbram os olhos nas grutas, no silêncio das furnas, promovendo formas curiosas e especiais.

Onde se apresente o esforço, floresce a paz. E onde a ação movimenta o progresso, vibra a alegria.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13, do livro Perfis da Vida,
pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e no
cap.
Relógio marcando duas horas, item A calhandra, do livro Remotos Cânticos de Belém,
de Wallace Leal Rodrigues, ed. O CLARIM.

Em 20.7.2021.

 

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