Momento Espírita
Curitiba, 24 de Abril de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Babel

A Torre de Babel é mencionada no livro bíblico do Gênesis como uma torre, concebida pelos descendentes de Noé, com a finalidade de tocar os céus.

Não apreciando a ousadia humana, conta ainda o livro bíblico que Deus estabeleceu que os trabalhadores daquela torre começassem a falar em idiomas diferentes, de modo a que não pudessem mais se entender.

Assim, quando um pedia tijolos, recebia barro; quando outro pedia pedra, lhe era dado algo totalmente diverso.

O desentendimento geral logo se fez. Ninguém mais se entendia e o projeto não teve finalização.

Esse fato explicaria a origem dos tantos idiomas existentes, no mundo.

Essa suposta teoria da origem dos idiomas pode nos parecer absurda. No entanto, de todo mito, lenda, algo pode ser extraído, como aprendizado.

Até hoje, quando desejamos expressar que reina alguma confusão, dizemos se tratar de uma verdadeira Torre de Babel.

A ideia, em foco, portanto, é o desentendimento, gerado a partir do mau entendimento entre as pessoas.

Um exemplo, são nossas crenças religiosas. Quantas vezes, afirmamos, nos diferentes credos, as mesmas coisas, de forma e com palavras diferentes apenas. Mesmo assim, não conseguimos nos entender.

Temos todos um mesmo Criador. Contudo, porque o denominamos de formas diversas, não nos vemos como irmãos.

Lemos as mesmas lições, as mesmas passagens. Mas, não vamos além da nossa própria interpretação.

Ficamos amarrados nas pequenas diferenças que nos separam, sem perceber as grandes afinidades que nos unem.

Falta-nos, em essência, humildade e fraternidade.

Humildade que nos permite perceber que não somos donos de uma verdade imutável, absoluta.

Humildade que nos faz ouvir a opinião do outro, que a considera, que reflete sobre ela, antes de nos posicionarmos decididamente contra.

Humildade que se manifesta para melhorarmos a comunicação com os outros, em nome da harmonia, da paz.

A humildade que nos faz combater ideias, sem que entremos em embate pessoal em função dos pensamentos contrários.

A fraternidade, pela essência da palavra, nos proclama a agir como irmãos.

Isso pressupõe amizade, consideração, carinho.

Ser fraterno significa tolerar em nome do afeto. Significa estar disposto a ajudar e predisposto ao bem, sempre.

A humildade e a fraternidade serão responsáveis pela conquista do entendimento nesta Babel dos dias de hoje.

Podemos fazer a nossa parte. Cada ação, a favor da fraternidade, da união, é importante e necessária.

Podemos começar a nos dedicarmos a não fazer do nosso lar, do nosso ambiente de trabalho, uma torre de desentendimentos.

Esse é um bom começo. Estaremos no rumo certo.

*   *   *

Todos nos encontramos na Terra para progredir. E porque nenhum de nós possui faculdades completas, necessitamos uns dos outros para termos assegurado nosso bem-estar e nosso progresso.

Por isso, Deus nos criou para viver em sociedade. No contato com o outro, aprendemos, crescemos.

Comecemos, então, entendendo o outro. Trabalhemos nossa própria compreensão.

Redação do Momento Espírita.
Em 16.2.2022.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998