Momento Espírita
Curitiba, 29 de Abril de 2024
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ícone Deus das aflições

É bastante comum dizermos que acreditamos em Deus, que O consideramos justo e bom.

Quando acordamos pela manhã, agradecemos por mais um dia. Quando a saúde nos enlaça, tornamos a afirmar que Deus é bom.

Quando desejamos algo ardentemente e conseguimos, somos gratos ao Deus de bondade que isso nos permitiu conquistar.

Contudo, basta que algo desastroso nos alcance para o panorama mudar de forma repentina.

Deus é injusto. Nosso filho foi atropelado e está na U T I.

Por que Ele não protegeu o menino? Então, não ouve nossos cânticos de louvores habituais no templo religioso?

Não recebe o holocausto do nosso coração em prece diariamente?

Como pode permitir que uma criança tenha sua vida cerceada dessa maneira? Como pode consentir que ela somente venha a respirar através de aparelhos?

Nossa garganta emudece. Calam-se as vozes de louvores, fecha-se o altar do coração.

Parece que, de alguma forma, retornamos ao passado, quando nosso Espírito era alimentado com lendas de deuses guerreiros e poderosos.

Deuses gregos, romanos, nórdicos que nos prometiam glórias se os honrássemos. Que nos acenavam com participação em banquetes, até o fim dos tempos.

No entanto, um homem real, como nunca houve outro igual na Terra, andou por aqui e nos falou do Pai que alimenta as aves do céu e veste a erva do campo.

Do Pai que oferece o pão, quando o filho lho pede. Do Pai que ama a todos indistintamente. Basta pedir e seremos atendidos. Basta bater à porta e ela nos será aberta.

Basta...

Por que ainda não entendemos? Neste mundo em que, conforme o mesmo Sábio Homem, teremos aflições, o Pai socorre a todos.

Não nos libera das dificuldades porque é através dos desafios que amadurecemos, que crescemos.

A criança a quem nunca deixássemos ensaiar os primeiros e vacilantes passos, porque tem risco de cair, jamais aprenderia a andar.

Deus não é um deus de alegrias constantes. Como Pai, sabe dosar exatamente, os momentos de felicidade, de bonança, que nos devem preparar e fortalecer para os dias de tempestades e carências.

Por isso vivemos períodos calmos. É para alicerçarmos a fé, a confiança, nos fortalecermos para os dias em que o luto ou a dor poderão nos abraçar.

Deus tudo sabe e a tudo provê. Nós, Seus filhos, devemos ser prudentes para nos prepararmos para eventuais borrascas.

Levantarmo-nos cada dia, sob Suas bênçãos e rogar por forças para o que quer que nos advenha, o que quer que tenhamos que enfrentar.

Ele é o Deus dos tristes, dos desamparados, dos que padecem, dos que aguardam que, no amanhã, haja sol na Terra e em nossas vidas.

Que haja bom ânimo para os combates, quaisquer que sejam, que tenhamos amigos que nos estendam as mãos, ombros que se ofereçam para nos colher o pranto.

Deus do amor. Deus que nos criou a todos com destino à perfeição. Que nos matriculou na escola Terra, para que aprendamos tudo que ela tenha a nos oferecer.

Talvez seja somente o ensino fundamental. Que não nos falte energia para superarmos tudo e alcançarmos os bancos universitários da escalada celeste, nos avançados cursos de outras tantas moradas do Pai.

Redação do Momento Espírita.
Em 5.8.2023.

 

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