Momento Espírita
Curitiba, 02 de Maio de 2024
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ícone Um homem, um pai, um protetor

Ele foi um dos homens mais dedicados à missão da paternidade.

Alertado por vozes espirituais, durante o repouso das lides diárias, levantou-se, de imediato.

Obedecendo à informação privilegiada de que o filho corria risco de morte, ajuntou o imprescindível, despertou a esposa, tomou o filho e partiu.

Não aguardou que o dia raiasse ou sequer se deu ao luxo de preparar detalhes para a longa viagem ao exílio.

Foi um pai de tal forma atencioso àquela vida nascente que não temeu viver entre estrangeiros, longe de sua própria gente e das suas origens. Tudo para salvaguardar a vida preciosa do rebento.

Consciente da missão que lhe estava designada, manteve-se atento às orientações do Alto.

Homem nobre, Espírito de alta envergadura, jamais se permitiu desconectar dos Espíritos do bem.

Então, quando, mais tarde, as vozes retornaram, no sono da noite, ele se preparou para voltar à Judeia.

No entanto, novas orientações lhe disseram que optasse por outra localidade.

Isso porque ordens severas de eliminação do primogênito ainda estavam vigentes, determinadas pelo sucessor da tetrarquia da Judeia, da Pereia e da Idumeia.

Introduziu o filho nos ensinos da Torá, embora acreditasse que Ele de tudo aquilo tinha prévio conhecimento.

Falou-lhe do Deus de Israel, olhando-O nos olhos e completando: Você sabe tudo isso, não é, filho querido?

Comparecendo à festa em Jerusalém, levou o filho adolescente.

Surpreendido com Sua ausência no regresso, após o primeiro dia de caminhada, retornou para procurá-lO.

Como terá ficado oprimido aquele coração paterno, guardião de uma vida tão preciosa!

Ao encontrá-lO, no templo, tomou-se de apreensões.

Tão cedo estaria o filho amado assumindo a missão para a qual viera ao mundo? Seria já o tempo determinado pelo Pai Celeste?

Consciente do que falava Aquele Menino tão sábio, que deixou boquiabertos os sacerdotes do Templo, entendeu a resposta dEle ao afirmar que estava tratando dos negócios de Seu Pai.

Ele sabia não ser ele o pai de quem Ele falava. Ele era o pai terreno, o protetor, aquele a quem o Pai Maior confiara aquela vida, tão perseguida, desde o Seu nascimento.

Quantas vezes, nos anos seguintes, terá se sobressaltado, ante qualquer tumulto arbitrário do poder temporal vigente?

Quantas vezes terá repousado a cabeça para o sono e indagado: Até quando, Pai Celeste, terei as forças devidas e o bom senso preciso para proteger Essa Vida?

*   *   *

Todo pai é protetor e guardião de seus filhos. Mas este tinha alguém extremamente grande sob sua responsabilidade.

Seu primogênito era o Rei Solar. Anunciado pelos profetas, aguardado pela ansiedade de um povo.

Chegara anunciado pelos mensageiros celestes, entre cânticos e uma estrela de extraordinário brilho.

Com a vida constantemente ameaçada por quem lhe descobrisse a realeza divina, viveu José entre a carpintaria, os deveres familiares e religiosos.

Foi tão grande em sua humildade que nem deixou registros precisos de sua heroica passagem pela Terra.

Um homem, um pai, um protetor. Gratidão, José, pelo excelente desempenho de sua missão.

Redação do Momento Espírita
Em 21.3.2024.

 

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