Momento Espírita
Curitiba, 16 de Abril de 2024
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ícone A cruz

No trato diário ocorre, muitas vezes, reclamarmos das dores que nos chegam.

Vida dura! Cruz pesada!

E, de uma forma muito particular, olhamos para as demais pessoas com olhos examinadores, concluindo que elas não sofrem tanto quanto nós.

Certa feita, ao comentarmos acerca do acidente que sofrera uma pessoa famosa, resultando em sérios danos físicos, ouvimos da boca de quem nos escutava:

Ah, mas essa pessoa tem muito dinheiro. É rica. Não tem com que se preocupar. Tem quem a atenda. Médicos, enfermeiras, terapeutas.

Em nenhum momento, a pessoa a quem nos dirigíamos pensou que, mesmo com dinheiro e fama, o acidentado deveria estar sofrendo intensamente.

Sim, sempre acreditamos que a dificuldade do outro é menor. A nossa é enorme.

Pelo fato de pensarmos dessa forma é que, no vocabulário popular, se fala da cruz para significar as dificuldades próprias.

Carregar a própria cruz. Cruz pesada.

Conta-se que, certa vez, um homem inconformado passou a clamar aos céus:

Senhor Deus, a cruz que carrego é muito pesada. Não estou suportando o peso das dificuldades e problemas que venho enfrentando.

Tanto reclamou que, um dia, um espírito do senhor se apresentou e lhe disse que suas queixas tinham alcançado os céus.

Conduzido a um vasto campo, cheio de cruzes dos mais diversos e variados tamanhos, o amigo espiritual lhe disse que poderia escolher, dentre todas elas, a que melhor considerasse adequada para si.

Animado, o homem observou atentamente as cruzes. Finalmente, depois de muitas examinar, avaliar, testar, apanhou aquela que lhe pareceu ideal.

Você tem certeza que é esta mesma a que quer? Perguntou-lhe o mensageiro.

Sim. Disse ele. Esta é a que melhor se ajusta aos meus ombros. Esse peso eu posso suportar.

Para seu espanto, o amigo lhe pediu que olhasse mais atentamente e, então, o homem descobriu que a cruz que escolhera era exatamente a sua, aquela de cujo peso reclamara tanto.

*   *   *

Deus é justo. Infinitamente bom e misericordioso. Jamais concede para a criatura fardo maior do que possa suportar.

As nossas queixas simplesmente demonstram que não estamos sabendo levar com dignidade a problemática.

Às vezes, por sermos muito rebeldes e não nos ajustarmos às disciplinas que nos são impostas. De outras, porque gostaríamos de viver com menos trabalhos e menores lutas.

A vida nos situa exatamente onde devemos estar. Todas as condições necessárias ao nosso aprendizado nos são apresentadas.

O que nos compete é colocar uma almofada entre a cruz e os ombros.

Uma almofada feita de virtudes cristãs.

Quando nos dispomos a servir, amar, perdoar, compreender, o peso das nossas dificuldades pode diminuir ao ponto de esquecermos de que estamos sobre a Terra carregando o fardo das dificuldades.

A dificuldade é teste de resistência. É oportunidade de combate.

Aprendamos a transformar as dificuldades que se acumulam em oportunidades de trabalho e serviço.

Quando tudo estiver difícil e escuro, recordemos que, além das nuvens pesadas, o sol está sempre a brilhar.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2, do livro Viver em plenitude,
 de Richard Simonetti, ed. São João e no verbete
Dificuldades, do livro
 
Repositório de Sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
 de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 5, ed. FEP.
Em 13.9.2022.

 

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