Ele era um homem que lutava contra uma enfermidade incurável, havia meses.
Certa tarde, foi ao quintal da sua casa, principiou a cavar o solo a fim de plantar uma muda de mangueira.
A vizinha, que o observava por cima do muro, lhe falou:
O senhor já está em idade avançada e não ignora que a enfermidade pode levá-lo a qualquer momento.
Para que se esforça em plantar uma mangueira, se não chegará a comer seus frutos?
Aquele homem simples pensou um instante, olhou para a vizinha e respondeu com sabedoria:
Até hoje como mangas que nunca plantei.
A resposta curta traz em si mesma grande sabedoria, que merece ser pensada.
Se todos agíssemos como esse homem, certamente o mundo teria outra feição em pouquíssimo tempo.
Quantas coisas nos beneficiam sem que tenhamos tomado parte nelas.
Quantas frutas saborosas temos comido sem que tenhamos plantado as árvores que as produzem.
Quanta sombra temos aproveitado de árvores frondosas que jamais plantamos.
Quantos acidentes nos foram evitados porque alguém passou, percebeu o problema na estrada, e tratou de sinalizá-lo para os que viriam em seguida.
Quantos medicamentos aliviam nossas dores sem que sequer saibamos quem os elaborou.
Desconhecemos as horas de trabalho, de estudo, de experiências realizadas para chegar ao resultado feliz da vacina que nos preserva a saúde.
Se olharmos a História, descobriremos centenas e centenas de ações louváveis de criaturas que pensaram no bem geral antes que em si mesmas.
Martin Luther King Junior sabia que seu sonho estava distante da realização, mas deu a vida para que suas ideias pudessem beneficiar brancos e negros.
Albert Schweitzer não pensou em si mesmo quando abandonou a vida de conforto e opulência na Europa, para se embrenhar na selva africana e atender aos nativos.
Madre Teresa de Calcutá não hesitou em abandonar a vida confortável do convento para auxiliar seus irmãos a sorver as gotas de sofrimento, em nome do amor.
Marie Curie foi vítima da radioatividade, pelo pioneirismo de suas pesquisas, descobrindo os elementos rádio e polônio.
A ela se deve o desenvolvimento das aplicações práticas para a radiação, especialmente na medicina, com a radioterapia no tratamento do câncer.
Em momento algum essas criaturas pensaram em si mesmas. Tão somente tiveram em mente o benefício que seu esforço poderia trazer para os demais.
Muitos estudiosos e cientistas passam anos enclausurados em laboratórios, em busca de novas fórmulas para aliviar as dores da Humanidade inteira.
Agir dessa forma é agir com altruísmo. É não ser egoísta. É pensar no bem comum ao invés de pensar em si mesmo.
Quando todos pensarmos assim, estaremos preparados para contemplar um mundo melhor. Um mundo construído por todos e para todos, como verdadeiros irmãos.
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A Justiça Divina conduz aos nossos lábios a taça da alegria que a outros oferecemos. Igualmente leva aos nossos olhos as maravilhas que semeamos em nossa estrada evolutiva.
Enquanto semeamos flores nos jardins alheios, enchemos de perfume as próprias mãos.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.10.2025
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