Momento Espírita
Curitiba, 07 de Dezembro de 2025
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ícone Amigos para sempre

Primeiro, ele ganhou um boneco de cabelo castanho e logo o chamou de Billy.

No Natal, sua tia lhe deu outro boneco: louro, musculoso e vinha com uma balsa salva-vidas de borracha preta e um motor de popa movido à pilha.

Excelente para brincar na banheira. Ele o chamou de Leon.

Os pais acharam o nome um pouco estranho. Não conheciam ninguém chamado Leon. Nem amigos, nem familiares.

E o nome parecia não combinar com um boneco de plástico. Mas o garoto e os bonecos brincavam e tomavam banho juntos. Ele os levava para a cama para o sono da noite.

No Natal seguinte, seu pai o presenteou com um terceiro boneco.

Era ruivo e vinha com muita bagagem: uma maleta repleta de uniformes e acessórios. E, logo, James levou o boneco para ser apresentado aos outros dois.

James, como você vai chamar o novo boneco? - Perguntou o pai.

Walter. - Respondeu, rápido.

Os pais se olharam, achando aquilo divertido. Eles não conheciam nenhum Walter. Riram. O pai se mostrou curioso:

Ei, por que você chamou os bonecos de Billy, Leon e Walter?

Enquanto continuava a vestir novos uniformes nos bonecos, respondeu o garoto:

Porque foram eles que vieram ao meu encontro quando cheguei no céu.

Não era a primeira vez que o menino falava de coisas que escapavam à compreensão dos pais, como por exemplo, dizer que seu avião fora abatido durante combate na Segunda Guerra Mundial.

Eles tinham começado a fazer pesquisas.

Assim, sem alarmar o pequeno, que continuava a brincar com seus amigos de plástico, o casal foi ao escritório e fechou a porta.

Em meio aos papéis, o marido encontrou a lista dos homens que haviam sido mortos a bordo do porta-aviões Natoma Bay, mencionado por James, em suas narrativas.

Lá estavam os nomes de Leon Conner, morto em 25 de outubro de 1944; Walter Devlin, morto em 26 de outubro de 1944 e Billie Peeler, morto em 17 de novembro de 1944.

E James Huston Junior, a personalidade que seu filho afirmara, mais de uma vez, ter sido, fora morto no dia 3 de março de 1945.

Os amigos o haviam recebido quando ele chegara ao mundo espiritual. Todos estavam mortos quando James morrera.

Eles o haviam aguardado: o companheiro de lutas, o amigo.

*   *   *

A história é comprovadamente verídica.

O que ressalta e emociona é saber que não se morre, que a vida prossegue.

Aqueles pilotos e guardas-marinha eram jovens, convocados para lutarem em um conflito mundial.

Cuidavam uns dos outros nos combates. Perderam suas vidas físicas. Mas a amizade que os unia, a camaradagem que os fazia companheiros nesta vida não findou.

Assim, os que haviam partido antes, aguardaram o amigo, recepcionando-o, após a morte trágica, abatido pela artilharia antiaérea inimiga, aos vinte e um anos de idade.

Bela e confortadora constatação. Quando morrermos, os que nos precederam, nossos amores, amigos que cultivamos, estarão lá, nos aguardando.

Não estaremos sós, perdidos em um mundo diferente.

Pensemos nisso! A vida não se encerra no túmulo, nem morrem as afeições cultivadas.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 22 do livro
 
A volta, de Bruce e Andréa Leininger, com Ken Gross,
 ed. Best Seller.
Em 22.10.2025

 

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