Momento Espírita
Curitiba, 05 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Falar com moderação

 Você conseguiria distinguir se uma carroça está rodando cheia ou vazia, mesmo sem poder vê-la?

Essa foi a lição que o pai deu ao filho, numa tarde quente de verão, na tranquilidade da pequena fazenda.

Ele convidou o pequeno para ir ao bosque a fim de escutarem juntos o canto dos pássaros, no silêncio da mata.

Após ouvirem por longo tempo a sinfonia dos pássaros, dirigiram-se para uma clareira e o pai perguntou ao filho:

Você está ouvindo alguma coisa além do canto dos pássaros?

O filho apurou os ouvidos e depois de alguns segundos respondeu:

Estou ouvindo o barulho de uma carroça que deve estar descendo pela estrada.

Isso mesmo, disse o pai. É uma carroça vazia.

Mas como é que o senhor sabe que está vazia se não a podemos ver? Perguntou o garoto intrigado.

Ora, filho, é muito fácil saber que uma carroça está vazia, e sabe por quê?

Não, respondeu o filho.

O pai apoiou a mão no ombro do menino, olhou bem nos seus olhos e disse:

Podemos identificar que uma carroça está vazia pelo barulho que ela faz. Quanto mais vazia, mais barulhenta é.

O garoto, que certamente falava demais e sem pensar muito, logo entendeu a lição e jamais esqueceu que, quanto mais vazia, mais barulho faz a carroça.

*   *   *

A lição daquele pai, certamente, serve para muitos adultos que costumam falar e falar, sem se dar conta que suas palavras são vazias tanto quanto sua própria intimidade.

Há pessoas que são barulhentas, falam alto, gesticulam muito, não deixam ninguém falar e acabam ficando sozinhas.

Na ânsia de disfarçar o vazio da alma, fazem muito barulho exterior, infelicitando-se e infelicitando os que as cercam.

A arte de bem falar ainda é pouco conhecida de muitos de nós.

E falar bem nunca significou falar muito, pelo contrário, o poder de síntese é qualidade dos sábios.

Falar pouco e dizer muito é coisa que poucos sabem fazer.

Mas, falar muito e dizer pouco, é um fato comum.

Quem fala demais e diz o que não deve, acaba escravizado pelas próprias palavras que, uma vez ditas, não podem mais ser apagadas. Mas, enquanto nós não as dizemos, são nossas prisioneiras e temos sobre elas total domínio.

Dessa forma, antes de proferirmos palavras ao vento, lembremo-nos de que podemos ser identificados pelo nosso modo de falar e pela quantidade e a qualidade das nossas palavras.

Vale a pena lembrar, ainda, que a faculdade da fala nos foi dada por Deus para construir e edificar, evoluir e promover o crescimento dos outros.

*   *   *

Uma palavra gentil é como uma flor, que exala perfume e balsamiza quem a ouve.

Uma palavra fraternal é como um raio de sol, que ilumina e aquece quem dela necessita.

Uma palavra cordial é como suave brisa capaz de pacificar corações e aquietar almas em convulsões.

E as palavras do Cristo são rotas luminosas, pão de sustento, água refrescante, bálsamo bendito para incontáveis corações...

Redação do Momento Espírita com base no cap. A carroça,
 do livro E, para o resto da vida..., de Wallace Leal
Rodrigues, ed. O clarim.
Em 24.05.2010.

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998