Momento Espírita
Curitiba, 26 de Abril de 2025
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ícone O entardecer dos anos

É comum ouvirmos reclamações variadas frente ao processo de envelhecimento.

As costas doem, os joelhos não nos levam mais com a mesma desenvoltura para onde queremos ir, a visão se torna embaçada e, por vezes, é difícil a leitura.

Ou será que foram as letras que encolheram o tamanho?

Os pés, que um dia dançaram sem cansar, agora tropeçam em lembranças de passos mais leves e, por vezes, indecisos.

As mãos, antes ágeis, tremem levemente, vez ou outra, como se cada movimento carregasse o peso dos anos que elas suportaram.

Os ouvidos não captam com clareza as palavras. Parece que o mundo fala mais baixo. Ou será que nós nos distanciamos das pessoas? Ou elas de nós?

A memória, anteriormente fiel, por vezes nos trai, deixando nomes e rostos escaparem como nuvens que se vão, inquietas.

Desde a revolução médica proporcionada pelos anti-inflamatórios em 1897 e dos antibióticos em 1928, uma vida longeva é cada vez mais comum.

Séculos atrás, era raro que as pessoas chegassem aos cinquenta anos. No Brasil atual, a expectativa de vida passou para setenta e sete anos.

Segundo estimativas, até 2030, haverá um milhão de centenários no mundo.

No entanto, mais do que viver longamente, o que importa é viver bem. Em verdade, envelhecer é o que acontece conosco quando tudo dá certo. Pensamos nisso?

E, embora as mudanças naturais do corpo, que nos falam da fragilidade da matéria, o que devemos lembrar é que há uma riqueza de experiências acumuladas.

Os cabelos brancos, as rugas que surgem no rosto, cada linha que se desenha em nossa pele, são testemunhas de histórias vividas, de momentos que nos transformaram.

São lembranças de dias transcorridos, de oportunidades recebidas para redigir nossa própria biografia.

Existe alternativa para nos furtarmos ao envelhecimento? Sim, basta morrer jovem.

Isso significa não ter a oportunidade de conviver com os nossos amores tempo mais dilatado, não poder conhecer lugares diferentes, nem adquirir novos conhecimentos que nos enriquecem o intelecto.

* * *

Nesse processo todo, que honra aqueles que atravessamos os anos, em produção constante, não podemos esquecer de algo essencial: o corpo envelhece e um dia sucumbe, finda-se.

Entretanto, nós, Espíritos imortais, prosseguimos vivos e ativos.

Tudo que aprendemos, tudo que armazenamos de conteúdo intelectual e moral levamos conosco.

Isso nos diz que nunca é tempo de parar de estudar, de aprender, de fazer algo de útil.

Os desafios do envelhecimento, como as dores e as limitações físicas, podem ser vistos como oportunidades de desenvolver virtudes como a paciência, a resiliência e a humildade.

Naturalmente, como a soma dos anos nos aproxima do retorno à pátria espiritual, é um momento adequado para a reflexão, para resolver pendências, perdoar e pedir perdão, desapegar-se de mágoas e ressentimentos, para o fortalecimento da fé e para se conectar com Deus.

Acima de tudo, agradecer a Divindade por essa oportunidade de aprendizado e amadurecimento. Afinal, cada ano vivido é um presente divino, que nos faculta crescimento de variada ordem.

Redação do Momento Espírita, com base
 na revista
Como chegar aos 100 anos: os
 segredos de saúde e bem-estar para quem quer
 ter uma vida longa e feliz
, ed. Mol Impacto.
Em 11.12.2024

 

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