Já percebemos que tudo de bom que construímos vem da dificuldade, vem do esforço empregado?
Então, por que insistimos em rogar por menos dificuldades, menos problemas, mais facilidades?
Por que insistimos em desejar vida fácil?
Toda vez que acreditamos em soluções mágicas para enriquecer, soluções mágicas para o retorno da saúde ou mesmo para aprender algo novo, estamos agindo contrariamente ao que acreditamos.
Por que ainda sonhamos com as tais loteria e jogos de azar? São processos que incentivam o acúmulo de riqueza nas mãos de poucos, ampliando as desigualdades sociais já tão incômodas em nosso país.
Acreditamos no convite sedutor feito pela rede social que assegura que poderemos ganhar dinheiro sem sair de casa, com pouco trabalho, ou seja, que receberemos tantos mil reais por mês fazendo poucas e reduzidas coisas.
Vendedores de ilusões se multiplicam, a cada hora. Eles só existem porque muitos desejam a vida fácil.
Vendem seus cursos, seus métodos disso ou daquilo e realmente enriquecem. Não pelo método que apresentam, mas por conseguirem seduzir um número gigantesco de pessoas desavisadas.
Tudo que é bom e importante na vida exige esforço, dedicação. Na maioria das vezes, tempo... Muito tempo.
Pensemos nas dificuldades que a semente enfrenta, no interior do solo, para poder germinar.
E depois, prossegue na luta para crescer, se desenvolver, produzir. Luta contra os ventos, o frio, o calor excessivo, a seca, a tempestade...
Pensemos nos anos de dedicação, envolvimento, entrega e ensaios de que um artista necessita antes de entrar num palco e poder ser considerado grande.
Joshua Bell é considerado um dos maiores violinistas de todos os tempos. Aos cinquenta e sete anos, já consagrado, ele conta que pratica o instrumento de quatro a seis horas por dia.
Além disso, cuida do corpo para poder se manter saudável a fim de continuar a tocar.
Mesmo sendo considerado um virtuose, nunca parou de aprender e de se esforçar cada vez mais.
Quem o vê tocando pode sonhar em ser um grande violinista, pode achar lindo tocar aquele instrumento, pode até achar que ele tem uma vida de sucesso pois faz o que ama e seu trabalho é sua arte.
Porém, não enxerga as dores, não enxerga a trajetória de esforço contínuo, não vê as inúmeras dificuldades que o conduziram ao patamar que alcançou.
Onde outros desistiram, ele permaneceu. Quando outros elegeram prioridade para suas vidas, ele optou pelo violino e pela arte.
Perguntemo-nos, então: Estaríamos dispostos a calçar esses sapatos, ou seja, fazermos o que ele fez e continua fazendo?
Se olharmos para nossa trajetória, iremos identificar as importantes conquistas e perceberemos que todas elas resultaram do nosso empenho, persistência e entusiasmo.
Por que, então, desejarmos a vida fácil?
Reflitamos a respeito. As dificuldades nos fazem crescer.
Os desafios são nossos instrumentos. Não os tratemos como nossos inimigos.
Redação do Momento Espírita
Em 26.12.2024
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