Nos tempos primitivos, olhávamos para os céus e temíamos as forças da natureza.
Os raios, os trovões, as tempestades nos atemorizavam.
E, tendo, desde logo, a intuição de que Alguém deveria comandar todos esses fenômenos, imaginamos muitos deuses.
Deuses que regiam a fúria dos ventos e dominavam os vendavais. Deuses que comandavam as ondas do mar e determinavam sua altura e seu furor.
Deuses que enviavam chuva quando diziam da sua generosidade e secavam a terra quando demonstravam a sua impaciência ou desgosto para conosco, os pobres mortais.
Criamos, ao longo das eras, muitas formas de os adorar, ou de tentar conquistar suas graças, a fim de que nos abençoassem com searas fartas e muitos frutos.
Que permitissem que não secassem as fontes generosas ou os rios cantantes, que domassem o mar para que não avançasse e destruísse as habitações.
Imaginando-nos os melhores, criamos divisões na imensa família humana. Quem fosse diferente de nós, que se vestisse de maneira diversa, que falasse o que não entendíamos ou que adorasse outras divindades, passou a ser excluído do nosso círculo.
Idealizamos que um povo era melhor aquinhoado do que outro, mais amado do que outro pelos deuses.
Batalhando contra os que acreditávamos serem nossos inimigos, elegemos um Deus para ser o senhor dos nossos exércitos, protetor das nossas lanças, espadas e armas de fogo.
Durante séculos, abençoamos os que partiam para as batalhas, esperando que nosso Deus os protegesse e os fortalecesse de maneira que pudessem extinguir a vida de muitos dos nossos inimigos.
* * *
Então, um homem de uma Terra esquecida, trouxe um verbo diferente.
Assinalou que Aquele que nos criou a todos, homens de todas as raças, de todos os credos, de todas as nações, é um Deus de amor.
Ama a todos, sem paixão ou partidarismo. E, afirmando que constituímos uma única Humanidade, que se derrama em vários mundos, planetas espalhados pelo imenso Universo, disse da nossa irmandade universal.
Mas, Sua mais extraordinária revelação foi nos dizer que Ele viera do Pai de bondade, de justiça e misericórdia. Aquele que alimenta as aves, rega os campos e semeia bênçãos em toda parte.
Disse-nos como deveríamos a Ele nos dirigir: Pai, Pai nosso. Pai que nos ampara, que jamais dá uma pedra ao filho que lhe pede um pão.
Um Pai atento, que conhece as nossas necessidades e não necessita de adoração senão no altar do próprio coração.
Um Deus que rege a vida, que está em nós, em cada um dos Seus filhos.
Um Deus que pulsa em cada átomo, em cada grão de poeira; que se encontra na criança que corre, sorridente, sem se dar conta do perigo, no jovem cheio de ideias, no velho cabisbaixo e de cabeça nevoada, que conta as histórias do seu tempo.
Um Pai que está em toda parte. Na gota d'água, na clorofila do verde. Na intimidade de cada filho Seu.
Um Deus de amor, justiça e paz.
Um Deus que somente deseja o bem para Seus filhos, que tem Seus olhos constantemente voltados para toda Sua criação.
Preside à sinfonia dos mundos e ao concerto das estrelas.
Deus, nosso Pai.
Redação do Momento Espírita
Em 19.3.2025
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