Momento Espírita
Curitiba, 28 de Abril de 2025
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ícone Acreditemos no outro

O ser humano é confiável? Podemos acreditar na boa intenção de alguém que afirma querer nos ajudar?

Diariamente, ficamos chocados por notícias que possivelmente nos levem a crer que não devemos confiar.

As manchetes dos jornais e das redes sociais são compostas majoritariamente por maldades, crimes e contravenções.

Os comentários nos círculos de conversa giram, em grande parte, em torno de escândalos e do menos nobre que o ser humano produz.

Assim, acabamos convencidos de que a natureza humana é egoísta, que foca em seu próprio bem, em detrimento do outro.

Somos levados a acreditar que sempre estamos prontos para enganar, trapacear, mentir, tudo para ter vantagem em qualquer situação.

Mas será que somos mesmo assim?

Façamos uma análise a partir de nós mesmos.

Somos capazes de fazer essas coisas hediondas que propagam os noticiários?

Provavelmente nossa resposta será negativa.

Agora façamos a análise do nosso grupo familiar. Ampliemos para nosso grupo de amigos, nosso círculo social.

Avaliemos nossos colegas de trabalho, vizinhos, pessoas com as quais convivemos.

Quantas dessas pessoas prejudicaram, deliberadamente, alguém?

Talvez tenhamos sido vítimas de alguma calúnia, traição ou mentira.

Porém, com certeza, as que nos prejudicaram são em número mínimo comparando com aquelas que nos ajudaram, nos apoiaram.

Isso acontece porque a maioria de nós tem o impulso de colaborar, de somar.

Vejamos o que acontece nas catástrofes, enchentes ou terremotos. Surgem, de imediato, muitas pessoas prontas a auxiliar.

Centenas se voluntariam, esquecem de si, estendem a mão para minimizar a dor alheia.

Poucas são as que pensam em saquear, ludibriar ou se aproveitar da fragilidade do momento.

Portanto, a chance de nos depararmos com alguém bem-intencionado é bem maior do que o contrário.

Quando alguém passa mal na rua, sem um conhecido por perto, observamos muitos a amparar, a auxiliar da melhor forma.

Há muito mais prazer, realização e satisfação pessoal em ajudar, em colaborar, do que em prejudicar.

Dessa maneira, na relação com o outro, saibamos que é muito mais provável que ele seja uma pessoa do bem do que alguém de caráter duvidoso.

Naturalmente, não devemos nos portar de modo ingênuo.

Sermos mansos como as pombas e prudentes como as serpentes, conforme nos aconselha Jesus, é a melhor postura.

A prudência nos orienta a agir com cautela, com cuidado, porém não com desconfiança ou medo.

Está na essência da nossa humanidade a necessidade e o prazer em nos relacionarmos, conviver e trocar experiências.

Por isso, nós o fazemos sem más intenções, sem querer tirar vantagens indevidas.

Os poucos que assim agem o fazem porque adoeceram na alma, perderam-se em si mesmos, perdendo sua humanidade.

Não nos permitamos, por esses poucos, perder também a nossa, deixando de conviver, confiar e nos relacionarmos, oferecendo ao outro aquilo de melhor que nosso coração pode oferecer.

Redação do Momento Espírita
Em 10.4.2025

 

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