Refiz os caminhos de outrora.
Voltei a ser menino, depois fui moço e enfim, maturidade.
Contornei os antigos charcos recordando quão fácil é se perder no lodo.
Abracei os adversários do tempo passado e os fiz amigos, sem perceberem quem eu era.
Protegi os que antes havia relegado ao abandono, fazendo-os mais importantes do que eu.
Ensinei meu ego a se calar e a contemplar.
Arrumei a sala para que o self pudesse se sentir confortável e contar histórias de Deus.
Refiz os caminhos de outrora.
Vesti-me de eu profundo e ganhei novo sentido.
Despedi-me do que era excesso.
Tomei novo mapa nas mãos.
Jesus como Modelo.
O amor como missão.
* * *
O dia que entendermos quão bela é a proposta da reencarnação, daremos passo decisivo para estarmos mais próximos do Criador.
Falta Deus ao homem materialista. Falta Deus à alma imediatista, seduzida pelas armadilhas do desejo, do prazer a qualquer custo.
Há uma desconexão tão grave e de tanto tempo que esse reconectar também exige um trabalho longo e dedicação.
Curioso, pois não se trata de se conectar com um Deus lá fora, o Deus gigante, o Deus implacável em Seu trono espetacular.
Trata-se da conexão íntima de cada um.
Esse caminho vai se dando na medida da compreensão das Suas leis, a forma com que o Criador atua no Universo, os Seus mecanismos sublimes.
A lei da reencarnação é um deles.
O mesmo ser tendo diversas oportunidades, diversificadas experiências, em papéis distintos, para se desenvolver em todas as áreas do conhecimento e da moralidade.
Uma proposta inigualável, somente podendo ser estabelecida por um Ser extraordinário, único, onipotente!
Vestimos novos corpos, renascemos em novas famílias, com novos nomes, novas culturas, propondo-nos a um curso intensivo para nos melhorarmos, intelectual e moralmente.
Nesse processo, aproveitamos para fazer reajustes. Aparar arestas, quitar débitos adquiridos pela lei de causa e efeito, que nos faz responsáveis pelos nossos atos, obrigando-nos a colher o que plantamos.
Voltamos a ser estranhos uns aos outros. Natural. Muito melhor começar do zero, com nova identidade, amar como se fosse a primeira vez.
Os anos na Terra vão juntando o eu antigo com o eu novo.
Vão reunindo os afins e os adversários, dando-lhes as chances de retomar os caminhos.
Lembremos disso. A reencarnação nos propõe refazer caminhos.
Quando voltarmos a pender para nossos maiores vícios morais, quando estivermos a ponto de cair mais uma vez, recordemos da proposta do Criador: refazer caminhos.
É uma nova chance. Não a desperdicemos.
Hoje temos condições de sermos seres despertos, mais donos de nossos destinos, donos de nós mesmos quando nos aplicamos à tarefa do autoconhecimento.
Temos um Mestre, Modelo e Guia para as ações e pensamentos.
Não nos permitamos continuar a ser o que éramos. Nada na natureza permanece igual, tudo se renova. E a nova vida é o convite para fazermos o mesmo.
Vamos refazer os caminhos!
Redação do Momento Espírita, com base no poema
Refazendo caminhos, de Andrey Cechelero.
Em 29.5.2025.
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