Momento Espírita
Curitiba, 25 de Abril de 2025
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Quando a guerra entre dois países tem início, o mundo inteiro fica atento aos noticiários e quase todos os meios de comunicação divulgam os fatos, com incrível rapidez.

O silvar dos mísseis, a fumaça, misturada com a claridade provocada pelas explosões, são imagens que atemorizam.

Os pontos atingidos pelos bombardeios, os reféns, a posição das tropas, civis feridos, soldados mortos, aeronaves abatidas.

Afirmamos que a cobertura jornalística está cumprindo o seu papel.

Passados alguns dias, no entanto, os que somente acompanhamos o confronto a distância, vamos diminuindo nosso interesse.

Principalmente porque, distantes, não ouvimos o estrondo das explosões, nem os gritos de dor e desespero, nem o odor fétido dos corpos em decomposição.

Contudo, há uma realidade ainda mais terrível.

É algo tão cruel que, se mostrado, talvez mudasse o rumo dos acontecimentos.

É o desespero e a sensação de impotência dos pais, dos cônjuges, dos familiares dos soldados enviados para as frentes de batalha.

São os sentimentos dos jovens que são arrancados do conforto de seus lares e empurrados para morrer, numa guerra que não provocaram.

Se pudéssemos ouvir e sentir seus gemidos de pavor ante a escuridão, seus medos, suas inseguranças, seus prantos silenciosos de saudades dos seus amores...

É impossível imaginar o que seja o tormento da fome, da sede, do sono, do cansaço, aliado ao temor de um ataque surpresa do inimigo.

Se pudéssemos registrar a agonia de filhos perdidos em meio à paisagem devastada pelos ataques, à procura de pais cujos corpos jazem sob escombros, cinzas e sangue...

Como não são registrados esses sentimentos, ninguém toma conhecimento, a não ser por aqueles que os estão padecendo.

Quando, por fim, o pavor do combatente é silenciado pelo manto escuro da morte, é registrado apenas como uma baixa a mais.

Sua existência foi interrompida, seus sonhos violentados, seus sentimentos desconsiderados. Mas, isso foi apenas mais uma baixa.

Como dizer a uma mãe ou a um pai que aquele filho ou filha, que há pouco cantarolava pela casa, agora representa somente mais um número na triste estatística das baixas nos campos de batalha?

Para os que decidiram pela guerra, sacrificar seus cidadãos em nome das causas que afirmam defender, é mais importante do que vidas humanas.

Como cidadãos dessa grande aldeia chamada Terra, é importante pensarmos sobre essas questões que tanto entristecem aqueles que realmente desejamos a paz.

Ouvindo tudo isso, talvez nos perguntemos: Mas, afinal o que podemos fazer, agora, para mudar a situação?

Não detemos poder de decisão na mesa das negociações, não temos voz para interferir na consciência desses a quem incumbe a definição de um cessar fogo.

Podemos, no entanto, enviar, através de uma oração sincera, as nossas melhores vibrações de paz em favor, primeiro, dos que mais precisam: os responsáveis por essas insanidades.

Segundo, por aqueles que sofrem a consequência dessas atrocidades.

Pensemos nisso. E façamos a nossa parte.

Redação do Momento Espírita
Em 30.5.2025

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