Momento Espírita
Curitiba, 02 de Junho de 2025
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ícone Para nós mesmos

É algo bastante comum criticarmos as atitudes alheias. Raras pessoas, cremos, não se encaixam nesse tipo de comportamento.

Basta olharmos e eis-nos avaliando os que nos cercam.

Julgamos parentes e amigos próximos, criticamos a maneira como eles educam seus filhos, acreditando que nós, com certeza, fazemos melhor.

Criticamos nossos colegas de trabalho, dizendo que não são pontuais, que não realizam bem a sua tarefa, que não têm a qualificação profissional que deveriam para a posição que ocupam.

No restaurante, no espaço público, nossos olhos críticos logo descobrem a postura equivocada, a falta de etiqueta desse ou daquele, a maneira desleixada de se servir à mesa, a má educação no trato com o outro.

Algumas vezes, guardamos somente para nós mesmos a avaliação crítica.

De outras vezes, compartilhamos nossas análises com quem está próximo a nós. Nem nos damos conta de como nossos comentários, ácidos e irônicos, quebram a harmonia ambiente e estabelecem um clima desagradável.

Justificamos dizendo que tudo é tão gritante que é impossível não perceber e não comentar.

Como podemos não ver o que acontece bem à nossa frente, junto àqueles com quem convivemos ou compartilham nosso mesmo ambiente?

Temos certa razão em assim pensar porque somente vivendo isolados da sociedade é que não nos depararíamos com essas situações.

Porém, cabe-nos escolher como agir perante o que vemos, o que observamos. Para tudo há momento certo e conveniência ou não de se falar.

Se nosso objetivo é corrigir o comportamento de quem está sob nossa guarda ou responsabilidade, de maneira sutil lhe chamaremos a atenção, orientando para melhor conduta.

A não ser assim, qual o objetivo de nossa crítica?

Lembremos que os que nos convidam para estarmos com eles, para uma festa, para um lanche, para um passeio, aguardam momentos de convívio descontraído, refazente.

Avaliemos se, por vezes, nossos comentários inapropriados não nos tornam pessoas desagradáveis, que estragam momentos que deveriam ser de alegria, de lazer.

Estamos tão atentos às falhas dos outros que não percebemos como somos inconvenientes, em ocasiões que deveriam ser encontros felizes.

E afinal, de que valerá a observação maldosa simplesmente feita pelo prazer de criticar?

Se o alvo de nossos reproches não está sob nossos cuidados, não somos responsáveis pelas suas ações. Que bem fará, então, que nos detenhamos a apontá-los?

Melhor seria se o que descobrimos de inadequado, de ruim no outro, nos pudesse servir de referencial para que não nos portemos de igual forma.

Será que não costumamos cometer aqueles mesmos desacertos?

Ideal que utilizemos nossa capacidade de julgamento, de avaliação e nosso rigor conosco mesmo.

Tal qual o conselho de Jesus àqueles que desejavam apedrejar a mulher adúltera porque a flagraram em erro, analisemo-nos antes de tudo.

Reflitamos se não erramos nas nossas relações, na educação de nossos filhos, no trato social.

Após essa análise, utilizemos das falhas alheias como lição para nós mesmos.

Redação do Momento Espírita
Em 31.5.2025.

 

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