Momento Espírita
Curitiba, 16 de Dezembro de 2025
busca   
no título  |  no texto   
ícone Exemplos que nos ensinam

A natureza é grande mestra. Extasiamo-nos ao observar a engenhosidade de algumas espécies animais.

O pássaro tecelão é um exemplo.  Ele constrói seu ninho com duas entradas. Uma abertura mais óbvia, que parece ser a entrada principal, leva a uma câmara vazia ou a um bolsão raso dentro do ninho.

O objetivo é enganar predadores, como cobras ou outros animais que tentariam alcançar os ovos ou filhotes. Ao entrar por essa passagem, o predador não encontra nada e, muitas vezes, desiste ou fica confuso.

A entrada verdadeira é discreta, menor, camuflada ou difícil de ser percebida.

O pássaro e seus filhotes conseguem se espremer por essa abertura menor, que leva diretamente ao coração do ninho.

Alguns têm a capacidade de selar temporariamente essa entrada quando estão dentro.

Isso pode nos conclamar a reflexões para nossa própria vida. Pensemos na porta falsa no ninho.

Uma entrada que leva a um beco sem saída nos ensina que há formas diferentes e sábias de travar uma batalha, sem precisar de um confronto direto.

Ante a calúnia que, como uma flecha, nos é desferida, muitas vezes nossa resposta imediata é tentar pegá-la no ar.

Porém, podemos deixá-la, simplesmente, passar, sem lhe dar a força de nossa atenção. Não é ignorar o problema, mas negar-lhe o combustível.

Quem nos fere com palavras tóxicas espera que elas nos atinjam, nos magoem, nos deixem arrasados.

Então, ao invés de abrir a porta da nossa alma para elas, ofereçamos a outra porta, a da serenidade, da calma, da ausência de qualquer resposta, ostensiva ou emocional.

O agressor não alcança o efeito desejado. Ele entra em um espaço onde não há nada a ser consumido.

Preservemos nosso eu inviolável, nossa essência, nossos valores, nossa paz interior. Essa é a câmara mais sagrada.

Aprendamos a proteger nossa autoestima e nosso senso de valor de influências externas corrosivas.

A melhor defesa é o silêncio que se recusa a validar a mentira. O pássaro não anuncia sua entrada verdadeira. Ele somente a utiliza.

Do mesmo modo, não precisamos justificar nossa verdade para quem se recusa a ouvi-la, nem provar nossa inocência para quem já nos condenou em sua mente.

Nossa conduta e a verdade são as defesas mais robustas.

Foquemos em nossa paz, em nossos propósitos, naquilo que nos edifica. A energia gasta em nos defendermos de cada palavra vazia é energia que podemos usar para construir nossa própria vida, nosso próprio florescimento.

Se, acaso, alguém alcançar êxito danificando a obra a que nos dedicamos, tornemos a pensar no pássaro tecelão, que, com sua tenacidade, é capaz de reconstruir.

Isso significa resiliência. Marcados por agressões, reconstruamos nossa fortaleza interior, reforcemos nossas defesas.

Guardemos a certeza de que, a cada ataque superado, nos tornamos mais sábios e fortes.

Que a engenhosidade do pássaro tecelão nos inspire a construir ninhos de paz em nossas almas, protegidos das tempestades verbais, e a voar livres, mesmo diante das adversidades.

Redação do Momento Espírita
Em 28.8.2025

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2025 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998