Momento Espírita
Curitiba, 15 de Dezembro de 2025
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ícone Ouvindo com a alma

Para transmitir as lições da Boa Nova, que deveriam se refletir para todas as gerações futuras, o Mestre de Nazaré se serviu de Sua sabedoria para pronunciar frases de efeito.

Desejando enfatizar a importância de compreender Suas mensagens, especialmente aquelas transmitidas por meio de parábolas, exortava a termos ouvidos de ouvir.

Certamente, não se referia à nossa capacidade auditiva, mas a lições mais profundas para a caminhada da nossa alma imortal, que progride através das sucessivas experiências no mundo corporal.

Ter ouvidos de ouvir é ter discernimento, é compreender a verdade que liberta e conduz à perfeição.

É atender a preceitos que nos informam que a felicidade é possível, no hoje e no agora.

A consciência, bússola de nossa vida, é onde está inscrita a Lei Divina.

É ela que nos permite distinguir o certo do errado, conforme as situações que nos chegam através dos órgãos dos sentidos.

No entanto, de que nos adianta ouvir a verdade, mas subordiná-la egoisticamente aos próprios interesses e caprichos?

Que sentido há em acumular bens que não conseguiremos gastar, nesta vida?

Por que submeter os semelhantes ao peso desumano da nossa autoridade e nosso poder, porque isso nos agrada ou atende a interesses pessoais?

É ainda Jesus quem nos aconselha: Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça.

Todos desejamos as benesses do reino de Deus. Porém, alguns as queremos segundo nossas próprias condições e no nosso tempo.

Então, quando nos distanciamos das Leis Divinas, tornamo-nos infelizes. De um modo geral, é a dor que nos resgata da estrada do erro e nos conduz para os caminhos da redenção.

É de nos indagarmos quantas atitudes, em nosso cotidiano, nos tornam surdos à verdade. Quantas vezes fechamos os ouvidos da alma para o que nos fala do que é perene, benéfico, alentador.

Quando nos vestimos de vaidade, comprometemos a nossa capacidade de discernimento, concedendo valor maior ao ter, possuir, adquirir do que ao ser: ser compreensivo, ser companheiro, ser irmão.

Quando abraçamos a preguiça, atrasamos nosso crescimento intelectual, desperdiçando o tesouro precioso do tempo.

E se invejosos, tornamo-nos seres amargurados, que nunca têm paz, como se caminhássemos entre espinheiros, apenas por nos compararmos aos outros.

Ciumentos, infelicitamos nossos relacionamentos e nos envenenamos, em decorrência da falta de autoestima, não nos julgando merecedores de sermos amados.

Deixamos endurecer o coração, pelo egoísmo, que nos faz desconsiderar o semelhante, como se ele não fosse igualmente credor do direito de viver e ser feliz.

Por fim, o orgulho nos leva a crer que somos de uma classe especial de seres humanos, esquecidos de que somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai.

*  *  *

Toda posse material ou intelectual é empréstimo divino, do qual deveremos prestar contas ao final de cada existência corporal.

Ter ouvidos de ouvir é a escolha nossa de cada dia, no desejo de sermos mais ou menos felizes, desde agora.

Redação do Momento Espírita, com citação do
Evangelho de Mateus, cap. 6, versículo 33.
Em 13.9.2025.

 

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