Momento Espírita
Curitiba, 05 de Dezembro de 2025
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ícone Nosso joelho ralado

Alguém contou que, certa vez, um menino, brincando no parque, caiu e ralou o joelho. Foi para sua casa, que ficava em frente.

Estava com as lágrimas despencando dos olhos. Mas sua mãe não estava em casa. Então, ele se sentou num dos degraus da escada, do lado de fora. E ficou esperando, quietinho.

Quando ela finalmente chegou, ele começou a chorar mostrando o joelho ralado como se tivesse acabado de acontecer.

O consolo dela, o carinho lhe era imprescindível. Era o de que ele precisava.

*   *   *

Isso nos lembra quantas vezes sofremos grandes dores e sofremos, sem nada dizer a ninguém. Sem derramar nenhuma lágrima.

Contudo, quando um amigo chega, vamos ao seu encontro e esgotamos nossas lágrimas em seu abraço. Estávamos esperando por isso. Alguém que nos conhece, nos estima.

Por vezes, o que nos acontecera e magoara profundamente, estava represado. E só a escuta atenta descobre o calibre do que nos abala.

Vínculos capazes dessa delicadeza são raros e preciosos. Só podem ser oferecidos por amigos de verdade. Amigos que nos acompanham os anos, as lutas, as vitórias e as derrotas.

Amigos que estão dispostos a investir tempo em nos ouvir, em deixar que o imenso oceano das lágrimas extravase sem reclamar, sem dizer que o que estamos relatando não é tão grave, afinal.

Eles abrem a porta do coração para que possamos entrar, acomodar e nos sentir aconchegados como crianças machucadas em colo de mãe.

Somente os que nos têm afeto têm esse condão de escutar, secar lágrimas e depois de tudo, nos asserenar a alma, escolhendo palavras de aconchego:

Eu sei que não há palavras que possam tirar a dor que você está sentindo. Posso imaginar o quanto lhe dói. Não posso fazer que a dor desapareça, mas conte com meu ombro para chorar e meu abraço apertado.

Não há uma linha de chegada quando se trata de cura de uma grande dor. Por isso, não tente apressar esse processo.

Chore. Se quiser gritar, grite. Se quiser ficar em silêncio, ficarei em silêncio com você.

É natural sentir que o mundo parou, mas acredite que ele vai girar novamente.

É difícil acreditar que as coisas vão melhorar. Entretanto, já vi sua força antes, e sei que você a tem dentro de si.

A vida nos testa de maneiras que parecem impossíveis de suportar. No entanto, você é mais forte do que imagina.

Não estou dizendo que será fácil. Porém, estarei com você em cada passo do caminho. Juntos, encontraremos uma forma de seguir em frente, um dia de cada vez.

Deixe que eu o ajude a carregar esse peso. Mesmo que seja para ficarmos sentados em silêncio. A minha companhia está aqui para você.

Você não está sozinho. Eu me importo com você. E há muitas outras pessoas que também se importam. Permita-se ser auxiliado.

Você não tem que ser forte o tempo todo. Aceite o amparo que lhe é ofertado.

Estou aqui. Estarei aqui amanhã e depois de amanhã para o que você precise, para o que precise falar. Ou mesmo que não precise de nada.

Estou com você. Lembre-se disso.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo
 
Joelho ralado, de Diana Corso, da revista Vida simples,
 de agosto 2016, nº 174, ed. CARAS.
Em 7.10.2025

 

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