Momento Espírita
Curitiba, 04 de Dezembro de 2025
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ícone O enfermeiro da natureza

Você já observou, alguma vez, o trabalho de um pica-pau na busca de alimento, perfurando troncos de árvores?

Para realizar esse serviço, ele possui características e habilidades surpreendentes.

O seu cérebro tem uma proteção capaz de suportar a trepidação de repetidas batidas do bico sobre a madeira das árvores.

Uma proteção que impede a ave de ficar zonza mesmo que bata o bico cerca de cem vezes em apenas um minuto!

Para suportar esse esforço, os ossos do bico e o crânio são ligados por um tecido esponjoso capaz de absorver os impactos.

A sua língua é tão longa que dá a volta na parte de trás da caixa craniana, criando uma almofada interna contra os impactos.

Seu bico é reforçado, projetado para não trincar com a pressão.

Os músculos do pescoço se contraem milésimos de segundos antes dos impactos, funcionando como freios naturais.

Cada detalhe do pica-pau é ajustado com extrema precisão, não só para ele sobreviver, mas para cumprir um propósito específico: perfurar árvores em busca de larvas, insetos e também fazer abrigo.

A relação entre os pica-paus e as árvores é um exemplo positivo de dependência entre espécies. Se para o pica-pau a árvore fornece alimento na forma de ovos ou larvas de insetos, para as árvores o pica-pau é como um enfermeiro, que extrai pragas e ajuda a lhes manter a saúde.

Será que tudo isso, toda essa beleza, é resultado apenas de mutações adaptativas ao longo do tempo?

Claro que elas existem, mas o que comanda tais mutações? De onde veio a primeira ideia? O que fez o pica-pau tão distinto da baleia? Apenas o ambiente?

Aqueles de nós que sabemos admirar a beleza com sensibilidade, e temos certa humildade na alma, já conseguimos perceber uma Inteligência Suprema por trás de tudo.

Não mais a desenhamos à nossa imagem e semelhança. Já somos capazes de dar os primeiros passos na compreensão de tão Magnífica Causa, uma Grande Causa.

E quando as ciências do mundo vão desvendando as peculiaridades de cada uma das criaturas, suas complexidades, obras impressionantes, vamos também aprendendo um pouco mais sobre nós mesmos.

Tudo existe com um propósito. Tudo que existe foi aparelhado da melhor forma possível para realizar uma tarefa importante.

Os seres irracionais realizam seu papel de forma admirável, cumprindo a parte que lhes toca na grande obra do mundo.

E nós, os seres inteligentes? Qual a parte que nos toca? Certamente, vai muito além de ir em busca de alimento e sobreviver. E além da procriação e satisfação de nossos prazeres.

Somos seres morais. A nossa parte diz respeito a adquirir virtudes individuais pelo relacionamento com outros semelhantes a nós e com a natureza.

Amar, poderíamos resumir de forma muito prática.

Amar a nós mesmos, amar aos outros, quem quer que sejam eles. Amar o pica-pau e todas as criaturas da natureza e, com isso, construir em nós o amor ao Grande Criador.

Conquistando esse amor, gozaremos de felicidade. Teremos aprendido a louvar a extraordinária obra de nosso Pai.

Redação do Momento Espírita
Em 11.10.2025

 

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